GJ 1132 b, um exoplaneta rochoso do tamanho da Terra, perdeu a sua atmosfera original, mas conseguiu ganhar uma segunda atmosfera graças ao processo de atividade vulcânica.
O planeta em causa orbita uma estrela anã vermelha a 41 anos-luz de distância do nosso planeta. Os cientistas chegaram à conclusão que GJ 1132 b terá perdido a atmosfera inicial como resultado da intensa radiação emitida pela estrela que orbita.
A descoberta “é muito empolgante porque acreditamos que a atmosfera que vemos agora foi regenerada, pelo que pode ser uma atmosfera secundária”, disse, em comunicado, a co-autora do estudo Raissa Estrela, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.
“No início, pensamos que estes planetas altamente irradiados poderiam ser muito enfadonhos, porque acreditamos que perderam as suas atmosferas”, confessou Estrela. “Mas olhamos para as observações feitos com o Hubble e dissemos: ‘Oh, não, há uma atmosfera lá.'”
As conclusões foram obtidas a partir das observações feitas pelo telescópio espacial Hubble e com a ajuda de modelagem por computador. Segundo o Space, a análise dos registos revelou que a nova atmosfera consiste em hidrogénio, cianeto de hidrogénio, metano e névoa de aerossol, um composto semelhante à poluição atmosférica da Terra.
Os cientistas acreditam que os componentes de hidrogénio da atmosfera secundária são derivados da atmosfera original, que era composta por hidrogénio e hélio primordiais. Estes elementos terão sido absorvidos pelo manto de magma derretido do GJ 1132 b e são constantemente libertados pelo planeta através do vulcanismo.
A equipa acredita que o GJ 1132 b é capaz de manter o seu manto líquido e, desta forma, alimentar a atividade vulcânica devido ao aquecimento das marés, uma vez que o planeta se mantém próximo da sua estrela hospedeira, realizando uma órbita completa a cada dia e meio.
O Telescópio Espacial James Webb deve ser lançado em outubro. A esperança dos cientistas é que este instrumento seja capaz de fornecer mais informações sobre o exoplaneta.
O estudo será publicado na próxima edição do The Astronomical Journal. Uma versão de pré-publicação está disponível no ArXiv.