PJ: “Nós é que sabemos como, onde e quando as coisas vão ser feitas”

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Tiago Henrique Marques / Lusa

Director da Polícia Judiciária desmente dados que têm sido comentados e fala numa operação “eficaz a 100%” na Madeira.

A Polícia Judiciária (PJ) realizou uma operação na Madeira que já originou a saída do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.

Foram 130 buscas e uma operação “eficaz a 100%”, assegurou nesta terça-feira Luís Neves, director da PJ.

Esta conferência de imprensa, quase uma semana depois das buscas, serviu para desmentir alguns dados que têm sido anunciados. Porque “estava a ser colocada em causa a idoneidade” desta operação.

Luís Neves assegurou que, nem os suspeitos, nem a comunicação social, sabiam que as buscas iriam ser realizadas naquele dia. A PJ “viajou sozinha, sem Ministério Público e sem jornalistas”, numa operação que “nunca foi comprometida”.

O número de pessoas que viajaram até à Madeira também tem sido assunto. Foram respeitados os princípios da “proporcionalidade, necessidade e adequação de meios”, assegurou.

“A Polícia Judiciária decidiu deslocar para a região autónoma da Madeira 140 inspectores e 10 especialistas de polícia científica“, em dois aviões da Força Aérea. Eram muitos meios técnicos, muitos equipamentos técnicos e digitais, explicou.

“Disseram, erradamente, que são 300 pessoas. Não são. E até podiam ter sido 300. Nós é que sabemos como, onde e quando é que as coisas vão ser feitas“, reforçou o director da PJ.

Luís Neves também abordou o facto de esta operação decorrer a poucos dias de eleições nos Açores e a um mês e meio de legislativas nacionais: todas as investigações estão sujeitas a “formalismos e a regras consagradas processual e constitucionalmente que não se compaginam com especulações mediáticas”.

O director garantiu que esta operação estava programada desde Setembro. Mas é preciso tempo: “Uma operação desta envergadura requer muito tempo de preparação porque é preciso recolher informação sobre dezenas, se não mesmo centenas de locais e moradas a reconhecer e rotinas dos alvos a carecer de estudo e trabalho minucioso e cirúrgico. As buscas foram feitas quando tinham de ser feitas”.

O calendário eleitoral não mexe com o calendário policial: “Não nos podemos é inibir e ter medo de fazermos o nosso trabalho”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. Esta sim, é a polícia que devia ter atuado na operação “influencer”, pela competência e seriadade que, sem favor, lhe é reconhecida, dentro e fora de fronteiras.
    Afinal, estava em causa um Primeiro-ministro de um governo legitimado por uma maioria absoluta.
    Mas a Procuradora (e Marcelo, digo eu), preferiram entregar esse trabalho à PSP e à GNR, vá-se lá saber porquê. (….)
    Quiçá por saberem de antemão que o acesso ao alvo pretendido seria fácil e rápido (como se revelou) não se justificando, por desnecessárias, grandes maçadas de patentes superiores.
    Continuo a sustentar que remunerar a PSP e a GNR ao nível da PJ, é como se uma empresa pagasse à senhora da limpeza, o mesmo salário do gestor. .

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