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PJ detém 20 skinheads por crimes de ódio e discriminação racial

Discriminação racial, religiosa e sexual, tentativa de homicídio, ofensas à integridade física graves, roubo e dano são os crimes imputados aos 20 suspeitos detidos esta terça-feira pela PJ, de acordo com o Ministério Público.

A Polícia Judiciária deteve hoje 20 pessoas no decurso de uma investigação relacionada com crimes de discriminação racial, sendo que quatro deles são suspeitos de ofensa físicas graves e tentativa de homicídio.

Em comunicado, a PJ adianta que na operação policial foram executadas 40 buscas domiciliárias, que permitiram cumprir 16 mandados de detenção, tendo ainda sido detidos outros quatro elementos suspeitos de pertencerem a “uma estrutura criminosa que vinha cometendo crimes de ofensa física qualificadas, em alguns casos agravadas e até tentativas de homicídio, crimes motivados pela diferença de raça ou orientação sexual das vítimas”.

Segundo a PJ, a investigação apurou ainda que foram cometidos outros crimes de idêntica natureza, tendo como vítimas cidadãos que perfilham uma ideologia antifascista e antagónica à dos agora detidos.

Os 20 detidos vão responder por crimes de discriminação racial, religiosa ou sexual e vão ser submetidos a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.

A investigação foi feita pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT), em inquérito titulado pelo Departamento de Investigação e Ação penal (DIAP) de Lisboa.

A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) refere que os suspeitos pertencem “aos skinheads neonazis liderados pela Hammerskin Nation, o mais violento e organizado grupo de extrema-direita, formado em Dallas, em 1988″.

Esta organização, que se expandiu pelos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, tem o propósito de fomentarem ações violentas contra pessoas de raça negra, indianos, de orientação sexual diferente da deles e refugiados, usando as redes sociais para o incitamento ao ódio, discriminação racial, perseguição e violência física.

Os membros desta organização perfilham a ideologia nazi e exaltam a superioridade da raça branca, pretendendo em Portugal expulsar ou impedir a entrada no país de todas as minorias étnicas, acrescenta a PGDL.

Segundo o MP, os suspeitos, entre 3 de novembro de 2013 e 20 de setembro de 2015, terão agredido vários pessoas e tentado causar a morte de uma outra, bem como roubado com violência e danificado bens das vítimas.

ZAP / Lusa

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