Os norte-coreanos não competem tanque a tanque com os inimigos do Ocidente, mas podem competir em perícia tecnológica.
A julgar pela última análise conduzida pela empresa de cibersegurança McAffee à atividade dos hackers da Coreia do Norte, estes piratas informáticos conseguem competir em perícia tecnológica com os inimigos do Ocidente.
Na mais recente cimeira, Donald Trump e Kim Jong-un não protagonizaram a vil imagem que temos de dois inimigos, mas isso não significa que estes dois países tenham feito as pazes, pelo menos a nível tecnológico. Ora, segundo os mapas de atividade ilícita na internet que a McAfee facultou ao The New York Times, os ataques são incessantes.
Conforme avança o Expresso, os ataques são frequentemente dirigidos a bancos, estruturas essenciais como centrais elétricas ou empresas de fornecimento e transformação de gás e petróleo.
A McAfee conseguiu analisar os hackers norte-coreanos com a ajuda de uma força de elite de investigação, o que permitiu ter acesso em tempo real ao principal servidor norte-coreano; isto é, ver onde, quando e de que forma, os hackers atacaram, em simultâneo, centenas de redes internas de algumas das maiores empresas do mundo.
Na sua grande maioria, estes piratas concentram-se na Namíbia, um dos poucos países que ainda se relaciona com Pyongyang. “Eles são mesmo muito, muito, muito ativos. Não pára”, disse Raj Samani, o principal analista da McAfee, ao diário norte-americano.
Como alvo, a maioria dos ataques tiveram na mira empresas com sede nos Estados Unidos, nomeadamente em cidades como Houston, no Texas, o Estado do petróleo e em Nova Iorque, o centro financeiro do país. Londres, Telavive, Madrid e Tóquio registaram também vários ataques.
Segundo os analistas contactados pelo The New York Times, os hackers norte-coreanos estão muito melhores no método, uma vez que investigam previamente os seus alvos nas redes sociais, mas também a esconder as suas atividades – o tráfego das suas atividades aparece numa linguagem cada vez mais encriptada.