Ursula von der Leyen revelou esta terça-feira que a Pfizer/BioNTech vai assegurar uma entrega adicional de 10 milhões de doses da vacina contra a covid-19 no segundo trimestre deste ano.
A Comissão Europeia chegou a acordo com a Pfizer/BioNTech para garantir uma entrega adicional de 10 milhões de doses da vacina contra a covid-19 no segundo trimestre deste ano. No total, a fabricante vai fornecer 100 milhões de doses entre abril e junho.
A informação foi dada pela presidente da Comissão Europeia na rede social Twitter.
O acordo permite aos estados-membros ter uma maior margem de manobra e possivelmente vão poder “preencher lacunas nas entregas” das doses.
No total, entre abril e junho, a UE vai ter disponíveis 200 milhões de doses desta vacina.
Atualmente, são quatro as vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento para uso em território europeu: BioNTech/Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen (grupo Johnson & Johnson).
De recordar que as autoridades de saúde portuguesas decidiram ontem suspender o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 por motivos de “precaução” e “saúde pública”.
Neste sentido, o processo de vacinação atrasa duas semanas e é interrompido o plano de vacinar professores e funcionários escolares já a partir deste fim de semana.
OMS discute vacina da AstraZeneca
Assim, o comité de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a segurança de vacinas reúne-se esta terça-feira para discutir a vacina.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse na segunda-feira que o comité “está a rever os dados disponíveis” sobre a vacina AstraZeneca/Oxford e que assim se reunirá.
Esta reunião surge quando mais de uma dezena países europeus, incluindo Portugal, decidiram, por precaução, suspender a administração da vacina após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas.
Tedros Adhanom Ghebreyesu referiu que, apesar de não haver uma ligação entre a vacina e os casos reportados, “constitui boa prática investigá-los”, acrescentando que o comité de peritos da OMS para a segurança das vacinas “está em contacto estreito” com a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglêss), que se reúne na quinta-feira para avaliar a vacina.
Na quinta-feira passada, o regulador europeu do medicamento indicou que não existem provas de um aumento de risco de coagulação sanguínea em pessoas vacinadas com este fármaco contra a covid-19.
Na segunda-feira, a EMA defendeu que “os benefícios” da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 “superam os riscos de efeitos secundários”, garantindo ainda assim uma “análise rigorosa” às situações de formação de coágulos sanguíneos em vacinados.
“Enquanto a investigação está em curso, a EMA continua a considerar que os benefícios da vacina AstraZeneca na prevenção da covid-19, com o risco associado de hospitalização e morte [devido à pandemia], superam os riscos de efeitos secundários”, referiu o regulador europeu em nota de imprensa.
A OMS tem defendido que “não há razão para não usar esta vacina”.
O grupo farmacêutico anglo-sueco assegurou, por sua vez, não haver “qualquer prova da existência de um risco aumentado” de se verificarem coágulos sanguíneos causados pela sua vacina.
Ana Isabel Moura, ZAP // Lusa