Haia confirma prisão perpétua por genocídio para o “carniceiro dos Balcãs”

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Ratko Mladic, antigo chefe militar sérvio-bósnio

Ratko Mladic, antigo chefe militar sérvio-bósnio

O antigo general sérvio-bósnio Ratko Mladic ouviu o Tribunal Internacional de Haia, na Holanda, rejeitar o seu recurso contra a pena de prisão perpétua por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra, no âmbito do conflito nos Balcãs entre 1992 e 1995.

Os juízes do Tribunal de Haia rejeitaram os argumentos da defesa de Ratko Mladic e confirmaram a condenação a prisão perpétua que foi decretada em Novembro de 2017.

O “Carniceiro dos Balcãs”, como também é conhecido, está preso desde 2011 depois de ter estado 16 anos em fuga.

Mladic, de 78 anos, foi considerando culpado de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra, nomeadamente por ter “aterrorizado a população civil da capital bósnia, Sarajevo, durante um cerco de 43 meses” e pela “morte de mais de 8 mil rapazes e homens muçulmanos” na cidade de Srebrenica, como repara a agência Reuters.

O massacre de Srebrenica é considerado o pior acto de genocídio na Europa desde o Holocausto, durante a II Guerra Mundial.

A sentença que confirma a prisão perpétua reforça que todos os argumentos da defesa de Mladic são rejeitados “na íntegra”.

“Os actos do acusado foram tão instrumentais para a comissão dos crimes que, sem eles, os crimes não teriam sido cometidos como foram”, considera a sentença citada pela agência Reuters.

O veredicto é o encerrar de um capítulo doloroso da história da ex-Jugoslávia ao cabo de 25 anos de julgamentos. Foram condenadas 90 pessoas, entre as quais Radovan Karadzic, ex-líder dos sérvios da Bósnia, que foi sentenciado a 40 anos de prisão por genocídio.

Não se sabe ainda em que país Mladic vai cumprir a sua sentença. Para já, vai continuar à guarda do tribunal de Haia.

Karadzic está a cumprir pena numa prisão britânica.

Susana Valente, ZAP //

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