O papa Francisco concedeu a Indulgência Plenária Perpétua ao Santuário da Penha, em Guimarães, o que, na prática, significa que os crentes que ali forem com devoção podem ver reduzido o “tempo de espera” para entrar no céu, anunciou hoje o reitor.
Em declarações à Lusa, o padre Carlos Sousa sublinhou que com a indulgência não se consegue o perdão dos pecados, “que só pode ser obtido através da confissão”, mas sim a “diminuição do tempo de purgatório”, após a morte.
“Vamos imaginar uma tábua onde foram pregados pregos. A confissão arranca os pregos, mas não tapa os buracos. Esses são tapados com uma ‘pena’ cumprida no purgatório. A indulgência diminui o tempo de cumprimento dessa pena”, explicou.
O padre disse ainda que, para conseguir a indulgência, quem visitar o Santuário da Penha tem de obedecer a alguns requisitos, estipulados no decreto papal.
O decreto estabelece, concretamente, que acedem à indulgência os que “contanto que, verdadeiramente arrependidos, confessados e fortalecidos pela comunhão, visitem devotamente o Santuário da Penha, em forma de peregrinação, e assistam a ritos solenes”.
A indulgência é ainda concedida aos visitantes que “durante um espaço conveniente de tempo se dediquem a considerações piedosas que concluam com o Pai-Nosso, o Credo e invocações da Bem-Aventurada Virgem Maria”.
Pode ser uma vez no ano em dia a escolher livremente por cada visitante, pode ser todas as vezes que assistam a uma peregrinação sagrada que se faça em grupo àquele lugar, pode ser na solenidade titular do próprio santuário, pode ser em solenidades litúrgicas da Virgem Maria.
“Em linguagem corrente, pode-se dizer que os fiéis ficam mais perto do céu, mas naturalmente, depois de obtida a indulgência, têm de prosseguir num caminho sem pecado. Não se pense que a indulgência, por se chamar plenária, oferece o céu de mão beijada”, disse ainda Carlos Sousa.
O papa Francisco já tinha concedido uma indulgência plenária ao Santuário da Penha, mas apenas e só referente à 120ª Grande Peregrinação, que decorreu em 8 de setembro do ano passado.
/Lusa