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À procura de perder peso? As bebidas dietéticas podem não ser a solução

Um novo estudo sugere que as bebidas com o adoçante artificial sucralose podem ser piores para alguém que esteja a tentar perder peso do que os refrigerantes tradicionais.

Se está à procura de perder peso, provavelmente já deu por si a pedir um refrigerante “zero”, “diet” ou “light” na esperança de que a falta de açúcar seja mais benéfica para a sua causa. Ora, um novo estudo vem deitar essa ideia por terra, sugerindo que este tipo de bebidas pode aumentar o apetite em mulheres e pessoas obesas.

O estudo refere-se às bebidas que contêm o adoçante artificial sucralose — que tem uma capacidade adoçante aproximadamente 600 vezes maior que a sacarose. Nos Estados Unidos, a sucralose foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) em 1998.

Os investigadores procuraram estudar os efeitos dos chamados edulcorantes não nutritivos (ENN) na atividade cerebral e nas respostas do apetite em diferentes segmentos da população. Os resultados foram publicados recentemente na revista científica JAMA Network Open.

Mais de 40% dos adultos nos EUA usam edulcorantes não nutritivos na sua alimentação, apesar das suas consequências para a saúde ainda serem altamente debatidas, escrevem os autores num comunicado divulgado pela Keck School of Medicine da University of Southern California.

“Há controvérsia em torno do uso de adoçantes artificiais porque muitas pessoas estão a usá-los para perda de peso”, começou por dizer a coautora Kathleen Page, citada pelo MedicalXpress.

“Enquanto alguns estudos sugerem que podem ser úteis, outros mostram que podem estar a contribuir para o ganho de peso, diabetes tipo 2 e outros distúrbios metabólicos”, acrescentou.

Os participantes do estudo consumiram 300 mililitros de água, de uma bebida adoçada com sacarose (açúcar de mesa) ou de uma bebida adoçada com sucralose.

Nas duas horas seguintes, os investigadores mediram a ativação de regiões do cérebro responsáveis pelo apetite e desejos por comida, em resposta a imagens de alimentos com alto teor calórico; os níveis de glicose (açúcar no sangue), insulina e outras hormonas metabólicas no sangue; e a quantidade de alimentos consumidos num buffet fornecido no final de cada sessão.

Os resultados mostraram aumento de atividade em regiões do cérebro responsáveis pela compulsão alimentar e apetite em mulheres e pessoas obesas após consumirem bebidas que continham sucralose. Em comparação, pessoas que consumiram bebidas com açúcar, mostraram uma menor atividade nas mesmas regiões cerebrais.

Além disso, os resultados sugerem que bebidas adoçadas artificialmente podem não ser eficazes para suprimir a fome.

As mulheres comeram mais no buffet quando consumiram bebidas com sucralose. Quando as mulheres consumiram bebidas com sacarose, não se verificou diferença relativamente aos homens.

Daniel Costa, ZAP //

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