Um milagre arqueológico na Noruega. Pequena estátua rara do século XIII encontrada em Oslo

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NIKU

A estátua retrata uma pessoa com uma coroa e um falcão empoleirado no braço e pode representar um rei norueguês conhecido pelo seu amor à falcoaria. 

Inicialmente, achava que era um osso de um peixe, mas rapidamente Ann-Ingeborg Floa Grindhaug percebeu que a sua descoberta era bastante mais interessante e rara. A arqueóloga norueguesa tinha na verdade descoberto um pequeno artefacto antigo enquanto analisava os resíduos deixados pelos habitantes de Oslo há vários séculos.

Com 7.5 centímetros de comprimento e bem-preservado, a estátua tinha a forma de uma pessoa, apesar de não ser perfeitamente proporcional, e muitos detalhes, parecendo ser uma representação de alguém a usar uma coroa com um pássaro, neste caso um falcão peregrino, empoleirado no seu braço.

Esta representação significa que o rei ou rainha em questão era um adepto do desporto antigo de falcoaria, que consiste no treino dos falcões para a caça de pequenos animais, que na altura era reservado para as elites, escreve o Ancient Origins. Ainda não se sabe quão comum era esta actividade na Noruega.

As escavações que levaram a esta descoberta já estão a decorrer em Oslo desde Agosto e integram um projecto de preservação histórica e desenvolvimento mais alargado do Instituto Norueguês para a Investigação do Património Cultural (NIKU).

Segundo um comunicado do NIKY, o artefacto é uma das representações visuais mais antigas da falcoaria alguma vez encontradas na Escandinávia. Poucas outras representações deste desporto foram encontradas no norte da Europa, o que torna esta descoberta notável e especial.

Apesar de representar alguém com uma coroa, a estátua foi encontrada entre o lixo recolhido. Feita com um material orgânico, como osso ou chifres, a imagem tem uma cabeça desproporcionalmente grande, um rosto sorridente, cabelo comprido encaracolado e um falcão pousado num braço com uma luva.

O rosto e o robe comprido não tornam possível determinar se a pessoa retratada é um homem ou uma mulher, mas há a possibilidade do indivíduo ser o Rei Haakon IV, que liderou os destinos da Noruega entre 1217 e 1263 e era um grande adepto da falcoaria.

Responsável pela estabilização do país depois de anos de guerras e conhecido pelas suas alianças diplomáticas com outros reinos europeus, Håkon Håkonsson oferecia falcões peregrinos treinados às casas reais a quem se aliava.

Por enquanto é só especulação, mas resta-nos esperar que as escavações em Oslo revelem mais pistas que nos permitam ter a certeza sobre quem é a figura misteriosa retratada na estátua.

Adriana Peixoto, ZAP //

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