Implante de hidrogel restaurou a função sexual em coelhos e porcos: foram capazes de copular e reproduzir-se com sucesso.
Há séculos que tentamos restaurar funções corporais perdidas com próteses. Já no antigo Egito havia próteses, e hoje, órgãos artificiais já substituem rins e o coração.
Mas só agora é que cientistas criaram com sucesso os primeiros implantes penianos impressos em 3D, que já restauraram a função sexual em coelhos e porcos — e que possivelmente podem vir a tratar a disfunção erétil (e não só) em humanos.
“Imprimir” um implante do complexo órgão reprodutor, cujo funcionamento depende de vasos sanguíneos, tecido esponjoso e sinais nervosos, não é tarefa fácil, especialmente na recriação perfeita do corpo cavernoso, o tecido vascular responsável pelas ereções.
Segundo o estudo publicado no passado dia 4 na Nature Biomedical Engineering, os investigadores criaram um modelo impresso em 3D que incorpora o corpo esponjoso, a glande e um corpo cavernoso biomimético (BCC). É feito de hidrogel, um tecido mole que permite que o sangue flua e se expanda como numa ereção natural, avança o ZME Science. As células endoteliais foram semeadas nos implantes para ajudar na integração com os tecidos do corpo.
Os implantes foram então testados em animais — coelhos e porcos que já tinham sofrido lesões parciais do pénis no passado. Depois de serem submetidos a uma cirurgia para receber os implantes, os animais recuperaram a função erétil em poucas semanas e foram capazes de copular e reproduzir-se com sucesso.
Os implantes não só ajudaram a restaurar a função erétil, como a capacidade de ejacular, o que sugere que o tecido cavernoso foi curado nos animais tratados.
Segundo o estudo, o pénis 3D não traz apenas esperança para as pessoas com disfunção erétil , mas também para quem sofreu de um traumatismo peniano e para quem lida com doenças como a doença de Peyronie, que provoca uma curvatura dolorosa do pénis e leva à disfunção.
Apesar dos resultados promissores, a tecnologia ainda não está ainda pronta para utilização humana: os implantes só foram testados em casos de danos parciais nos tecidos. A equipa ainda pretende melhorar o modelo, incorporando nervos, vasos sanguíneos e estruturas uretrais para reproduzir melhor toda a complexidade do pénis humano.