O vice-presidente dos Estados Unidos declarou que a “era da paciência estratégica acabou” em relação à Coreia do Norte, perante a indisponibilidade do regime para eliminar armas nucleares e mísseis balísticos, e alertou o país para não testar a “determinação” de Donald Trump.
Aos jornalistas que acompanharam a visita à fronteira entre as duas Coreias, Mike Pence disse que o presidente norte-americano, Donald Trump, tem esperança que a China use a sua “influência extraordinária” para pressionar a Coreia do Norte a abandonar as armas.
O vice-presidente norte-americano, que apelidou o mais recente teste de míssil falhado do Norte “uma provocação”, disse que os Estados Unidos e aliados vão atingir os seus objetivos através de “meios pacíficos ou, em última instância, quaisquer meios necessários” para proteger a Coreia do Sul e estabilizar a região.
Pence recomendou ainda a Pyongyang para não testar a “determinação” de Donald Trump em relação aos programas balísticos e nucleares norte-coreanos.
“É melhor para a Coreia do Norte não testar a determinação e o poder das Forças Armadas dos Estados Unidos nesta região”, disse Pence durante uma conferência em Seul.
O vice americano acrescentou que os Estados Unidos estão “inquietos” em relação às medidas económicas adotadas pela República Popular da China sobre a instalação do sistema antimíssil norte-americano na Coreia do Sul.
Pence visitou uma base militar perto da Zona Desmilitarizada (DMZ), na fronteira coreana, Bonifas, onde se encontrou com militares e com as tropas norte-americanas ali estacionadas. Cerca de 28.500 militares norte-americanos estão atualmente estacionados na Coreia do Sul.
A visita surge numa altura de particular tensão na península coreana. Na manhã de domingo, Pyongyang realizou um teste de um míssil de médio alcance, que explodiu entre quatro a cinco segundos depois de ser lançado, de acordo com um responsável da Casa Branca.
No sábado, antes do desfile militar organizado para comemorar o 105.º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung, o “número dois” do regime norte-coreano, Choe Ryong-hae, prometeu que a Coreia do Norte estava preparada para dar “uma resposta nuclear a qualquer ataque nuclear”.
Pyongyang lança regularmente mísseis de curto alcance, mas está a desenvolver mísseis de médio e longo alcance para tentar atingir as tropas norte-americanas na Ásia e, eventualmente, território norte-americano.
A Coreia do Norte realizou cinco testes nucleares, incluindo dois no ano passado. Imagens recolhidas por satélite sugerem que o país poderá estar pronto a efetuar um novo teste nuclear subterrâneo a qualquer momento.
“A era da paciência estratégica acabou. Queremos ver a Coreia do Norte a abandonar o imprudente caminho de desenvolvimento de armas nucleares, e também o uso contínuo e teste de mísseis balísticos, que é inaceitável”, afirmou.
ZAP // Lusa