Pedro Nuno Santos participou no acordo de saída de Alexandra Reis, revelam novas mensagens

3

Miguel A. Lopes / Lusa

O ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Defesa de Christine Ourmières-Widener diz que o Governo teve “pressa política” para a despedir. 

Ao contrário do que foi inicialmente alegado pelo próprio, Pedro Nuno Santos pode ter conhecido desde cedo os valores da indemnização paga a Alexandra Reis. De acordo com a CNN Portugal, tal é possível provar através de uma troca de mensagens entre a CEO da companhia, Christine Ourmières-Widener, e o antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes.

O antigo governante terá até participado na negociação de valores, depois de a gestora ter pedido uma indemnização de mais de 1 milhão de euros, valor que foi diminuído para 700 mil euros posteriormente. No entanto, perante mais uma recusa, a 1 de fevereiro, e com a indemnização nos 560 mil euros mais as férias não pagas, Hugo Neves trocou mensagens com a CEO da TAP onde Pedro Nuno Santos é implicado.

“Deixe-me ver esses números com o ministro [Pedro Nuno Santos]. O ministro acha os valores muito altos.”

De acordo com a troca de mensagens revelada pela CNN Portugal, Hugo Mendes questionava Christine Ourmières-Widener sobre “quanto” é que a indemnização poderia ser reduzida. O secretário de Estado ressalvava que o objetivo passava por tratar Alexandra Reis “de forma justa” e não “criar muito alarido” quando se conhecesse o valor da quantia.

Destaque ainda para o facto de, nas mensagens, Hugo Mendes usar a forma “nós“, subentendendo uma posição conjunta do Ministério das Infraestruturas.

Governo tinha “pressa política” para despedir

Em entrevista à mesma estação de televisão, Christine Ourmières-Widener acusou o Governo de ter tido “pressa política” para a exonerar e despedir através da televisão.

“O Governo, com a pressa política de decapitar a Requerente, tirou logo a conclusão de — já depois de ter exonerado a requerente pela televisão — pretender a mesma nos termos que ‘propõe’ nos projetos de deliberação unânime”, alegaram os representantes legais da antiga CEO da TAP.

Para a gestora, a sua saída da companhia aérea “integra uma estratégia política definida, pelo Governo, de encontrar alguém para ‘sacrificar’ — no caso a Requerente — pelos efeitos políticos associados à saída da engenheira Alexandra Reis”. Para a defesa de Christine Ourmières-Widener, a “exoneração com justa causa, sem observância de procedimento prévio, carece de fundamento legal”.

“Nos termos conjugados do Estatuto do Gestor Público e dos Estatutos da TAP, é à Assembleia Geral que compete a eleição e a destituição do respetivo Conselho de Administração, sendo imperativo, no caso de demissão (…) a audição prévia do gestor”, argumenta-se.

ZAP //

3 Comments

  1. Os interesses sujos da politiquice só arruinam o país….Política é o pior que há no mundo, não importa a ideologia, tudo sujo…

  2. Este gajo sabia de tudo. Isto é uma vergonha total. Neste momento o governo todo devia demitir-se. É SÓ VIGARISTAS!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.