PCP entra ou não na eventual geringonça? “Não estamos em 2015”

Rui Minderico / LUSA

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo

Paulo Raimundo reage às palavras de Jerónimo de Sousa, cujos conselhos seguirá “até ao limite dos dias”.

Ninguém sabe o que vai acontecer nas eleições legislativas antecipadas, em Março, mas uma nova versão de “geringonça” à esquerda é uma das possibilidades.

Há poucos dias o Partido Comunista Português (PCP) parecia estar fora desse cenário, quando Jerónimo de Sousa disse que o partido “não está virado” para um novo acordo à esquerda.

“Por razões de vida, por razões políticas e para manter a palavra de honra para com os portugueses”, justificou o antigo secretário-geral do PCP.

O seu sucessor, Paulo Raimundo, respeita todas as palavras de Jerónimo de Sousa: “Se há coisa que vou levar até puder, e até ao limite dos meus dias, são todos os conselhos do meu camarada Jerónimo de Sousa, com toda a sabedoria e com todo o conhecimento que ele tem”.

Em relação a estas declarações, o líder actual do PCP sublinhou: “O que disse Jerónimo de Sousa, e bem: nunca foi pelo PCP, nunca foi pela CDU, que não houve compromissos para resolver os problemas“.

Aquele acordo à esquerda, recordou Paulo Raimundo, “teve a ver com um momento concreto da vida, com objectivos concretos daquela altura. Ora, nós não estamos perante uma situação em que temos de tirar o PSD e o CDS do Governo, como aconteceu em 2015“.

E se voltar a haver uma maioria de direita na Assembleia da República? “Acho que isso é um cenário que não vai acontecer e, como diz o nosso povo, ‘enquanto o pau vai e vem, folgam as costas’”.

Nesta conversa com jornalistas em Oeiras, Paulo Raimundo não estabeleceu um objectivo concreto para as próximas eleições – mas repetiu que quer recuperar os seis deputados que a CDU perdeu em 2022.

Recorde-se que os actuais seis deputados do PCP (o PEV não conseguiu nenhum nas legislativas há dois anos) são o número mais baixo de sempre de representantes comunistas entre os 230 deputados.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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