Paulo Raimundo não menospreza a importância dos lugares mas “o que é que isso implica na vida das pessoas?”, questionou.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou este sábado não estar preocupado com a eventual saída do primeiro-ministro português para presidir ao Conselho Europeu, mas sim com os problemas de quem vive e trabalha em Portugal.
“Não menosprezo a importância dos lugares, mas o que é que isso implica na vida das pessoas?”, observou Paulo Raimundo, quando questionado pelos jornalistas sobre notícias que dão conta de que António Costa poderá vir a ser candidato à presidência do Conselho Europeu.
À margem de um almoço-convívio da Direção da Organização Regional de Aveiro do PCP, o secretário-geral do PCP afirmou não estar preocupado com a eventual saída do primeiro-ministro português, mas sim com os “problemas dos que cá vivem e trabalham”.
“São os salários, o aumento do custo de vida, os problemas da saúde que nunca mais param, as questões da habitação com que nos confrontamos. O Governo tem os instrumentos todos na mão e aquilo que menos serve cada um de nós é andarmos a perder tempo se é cedo, se é tarde, se vai ou não vai, o que isso implica na vida das pessoas?”, acrescentou.
Durante a sua intervenção, o secretário-geral do PCP criticou o alinhamento do PS, PSD, Iniciativa Liberal e Chega na “defesa dos interesses dos grupos económicos”.
“Sabemos bem que não são todos iguais, mas sempre que toca à defesa dos interesses dos grupos económicos (…) lá estão todos alinhados como astros para responder a esses interesses”, afirmou, dizendo que a economia cresce, mas “passa ao lado dos que trabalham e trabalharam”.
Para o secretário-geral do PCP, o crescimento da economia nacional apenas “está a encher os bolsos de uma pequena minoria” e não os dos trabalhadores, reformados e jovens.
“Queremos um aumento da economia que se traduza no aumento dos salários, reformas e direitos”, defendeu. A par dos interesses dos grupos económicos, Paulo Raimundo criticou também a banca e os fundos imobiliários, que, considerou, “os responsáveis” pelo problema da habitação em Portugal.
// Lusa