Os corredores dos supermercados estão abastecidos com produtos que prometes matar bactérias. No entanto, uma nova investigação revelou que uma substância química, que deveria matar bactérias, torna-as mais fortes e capazes de sobreviver ao tratamento com antibióticos.
A sua pasta de dentes ou o seu spray corporal podem estar, inadvertidamente, a sabotar o seu tratamento com antibiótico. Uma nova pesquisa descobriu que um ingrediente antimicrobiano doméstico comum – o triclosan – reduz em 100 vezes a potência dos antibióticos usados no tratamento de infeções do trato urinário, pelo menos em cobaias.
O triclosan é um produto químico muito presente no nosso dia-a-dia, desde produtos de higiene pessoal até a produtos de limpeza doméstica. Tradicionalmente, tem sido anunciado como uma forma fácil e rápida de matar bactérias e fungos, sem causar danos aos seres humanos. Mas não é bem assim.
Segundo a Gizmodo, no ano passado, a FDA (Food and Drug Administration) proibiu o uso de triclosan e produtos químicos semelhantes em sabonetes comercializados como antimicrobianos, citando evidências de que estes sabonetes não pareciam prevenir doenças nem matar bactérias. Ultimamente, a pilha de estudos que mostram que o triclosan pode mesmo ajudar a criar superbactérias tem crescido assustadoramente.
Os cientistas acreditam que o modo como o triclosan pára as bactérias, é muito semelhante ao dos antibióticos. Por esse motivo, as bactérias que desenvolvem resistência ao triclosan também aprendem defender-se destes medicamentos. Esta é uma má notícia uma vez que o triclosan está fortemente presente no nosso quotidiano, promovendo uma ampla resistência aos antibióticos.
O mais recente estudo, publicado na Antimicrobial Agents and Chemotherapy, não dá mais provas destas conexão, mas os resultados sugerem que os efeitos do triclosan sobre os antibióticos e as bactérias acontecem muito antes de a substância química escapar para o mundo exterior – e isto pode também acontecer dentro do nosso corpo.
Os cientistas expuseram placas de petri com estirpes de Escherichia coli causadora de UTI (Urinary Tract Infections – infeções do trato urinário) e de Staphylococcus aureus resistente à meticilina a doses de triclosan que encontraríamos, normalmente, num produto de consumo diário. Posteriormente, tentaram usar antibióticos comuns para matar as bactérias.
Em comparação com bactérias não expostas, as bactérias agredidas pelo triclosan foram capazes de tolerar os antibióticos 1.000 vezes melhor.De seguida, a equipa fez uma experiência semelhante em cobaias, e observou que as bactérias expostas ao triclosan conseguiam sobreviver em ratos de laboratório até 100 vezes melhor do que os germes de controlo.
O estudo é limitado, aponta a principal autora Petra Levin, da Universidade de Washigton, uma vez que as cobaias não são seres humanos. Ainda assim, há motivos para nos preocuparmos. Infeções do trato urinário são uma das infeções mais comuns, especialmente em mulheres.
Mas por que motivo o triclosan impede alguns antibióticos de fazerem o seu trabalho? Os cientistas descobriram que o produto químico desencadeia a produção de uma molécula, chamada ppGpp, que retarda o crescimento bacteriano – sendo que são estas bactérias mais “lentas” que podem combater melhor certos antibióticos.
De qualquer forma, algumas empresas estão já a colocar o triclosan de lado, como é o caso da Colgate-Palmolive, que lançou uma versão sem triclosan da pasta de dentes Colgate Total.
Optem pelo mais natural possível, estas empresas só pretendem lucrar, usando matéria prima o mais barata possível, químicos que só agridem o corpo humano.
“superbactérias bacterianas” Existem superbactérias sem serem bacterianas?!
Obrigado pelo reparo, está corrigido.