“Passos Coelho é o Pepe da política portuguesa”

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Tiago Petinga / Lusa

António Costa e Carlos César, presidente do Partido Socialista (PS)

O presidente do Partido Socialista, Carlos César, comparou, esta terça-feira, no jantar de Natal do grupo parlamentar do PS, duas personalidades portuguesas capazes de grandes cortes, nos respetivos ‘campos’ de atuação: Pedro Passos Coelho e Pepe. Resultado final: dois cartões vermelhos, em dois dias.

Esta terça-feira, Pedro Passos Coelho acusou António Costa de se ter demitido do cargo de primeiro-ministro por “indecente e má figura”.

Na resposta, surgiram, ao longo do dia de ontem, alguns ‘contra-ataques’ ao antigo líder social-democrata, nomeadamente no jantar de Natal do grupo parlamentar do Partido Socialista.

“Deve ser muito cansativo estar há oito anos a contar, dia após dia, à espera que o diabo chegue. O diabo nunca mais chega e depois sai isto (…) ao azedume nem se responde nem se comenta”, rematou ‘desenfreadamente’ António Costa, depois de alguma insistência dos jornalistas.

Agora na dianteira, também Pedro Nuno Santos aproveitou para atirar a Passos Coelho: “Nós percebemos que ele nunca percebeu que há oito anos a maioria do povo português rejeitou e chumbou a sua governação”.

Num ‘dois em um’, o novo secretário-geral do PS também visou Luís Montenegro, sublinhando que Passos Coelho fez o que o líder do PSD não tem coragem de fazer, que é defender um entendimento com o Chega.

“Não é nenhuma novidade, apenas veio dizer aquilo que o líder do PSD também quer, mas não consegue assumir (…) O líder do PSD, que não consegue assumir ao que vem e o que quer fazer caso não consiga condições para governar, é um líder do PSD que também não consegue decidir”.

Dois vermelhos em dois dias

Mas, antes disso, ainda no ‘aquecimento’, já o presidente do PS Carlos César tinha mostrado cartão vermelho a Passos Coelho.

Numa ‘jogada’ em que – alegadamente – julgaria que estava em situação de ‘um para um’ com António Costa, Carlos César terá afirmado que Passos Coelho é o Pepe da política portuguesa.

“Ai, estavam aí?!”, exclamou com espanto (ou ironia), apontando depois para as quatro câmaras televisivas, que, de acordo com a descrição do Observador, estariam a menos de um metro.

Estaria Carlos César a fazer referência ao facto de tanto Passos Coelho como Pepe já terem levado a cabo grandes cortes ao serviço de Portugal?

O que é certo é que, depois de o jogador do FC Porto ter levado cartão vermelho no Clássico frente ao Sporting, na segunda-feira; ontem foi a vez de, noutro campo, o “Pepe da política” ser ‘sancionado’.

Miguel Esteves, ZAP //

4 Comments

  1. Parece-me de muito mau gosto chamar o Pepe à colação. Pepe é um jogador honesto, por isso associá-lo a Pedro Passos Coelho é de uma falta de senso enorme.. Cuidado com o que diz.

  2. Pepe é um cidadão honesto, portanto compará-lo a Pedro Passos Coelho é insultar Pepeu.
    Há que ser cuidadoso no que se diz..

  3. Pepe, um jogador honesto?! É dos jogadores mais “selvagens” que tivemos. Tem tanto de razoável jogador como de “bandido”. O olhar dele diz tudo.

  4. Pacos Cortelho vou associá-lo às políticas neoliberais. Tudo para a banca e os grandes grupos económicos. Daí que as migalhas que possam ser prometidas ao povo nunca cheguem. A subserviência será uma constante que fará do trabalhador um pião que só gira e cai e que nunca passará do mesmo com a esperança de melhores dias. Para ele a austeridade é um dado adquirido que se agrava com os tempos. O emprego torna-se precário e apenas resta a emigração como tábua de salvação . As privatizações seguem-se e o retrocesso faz parte de tudo isto. Ninguém quer o diabo à porta.

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