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Pavimentos quentes são bem mais perigosos do que se possa pensar

Médicos da Universidade de Nevada, em Las Vegas, estão a alertar para um perigo pouco reconhecido do calor do verão: queimaduras do passeio.

Os investigadores, que publicaram o seu estudo em abril na revista científica Journal of Burn Care and Research, analisaram casos da unidade de centro de queimaduras da própria universidade.

Ao longo de um período de cinco anos, encontraram 173 casos de queimaduras relacionados com o pavimento. Ao cruzar o tempo registado do dia com a data desses casos, os autores também descobriram que a grande maioria (88%) aconteceu quando estava pelo menos 35ºC no exterior. Com temperaturas acima dos 40,5ºC, o risco de queimadura pelo pavimento aumentou exponencialmente.

Estes casos podem representar apenas uma pequena amostra das queimaduras que necessitam de atenção médica. Porém, os autores dizem que são uma preocupação constante em áreas onde o clima é sempre quente e ensolarado, como o deserto de Las Vegas, nos Estados Unidos.

“As queimaduras do pavimento fazem parte de forma significativa dos ferimentos relacionados com queimaduras no sudoeste dos Estados Unidos e outros climas quentes com luz solar quase contínua e temperaturas máximas diárias acima de 37ºC.

O pavimento da estrada e as calçadas absorvem excecionalmente bem o calor do sol. Isto significa que a superfície da rua pode ser muito mais quente que o ar circundante. E não demora muito até que esse mesmo calor cause sérios danos à nossa pele. “Nas temperaturas máximas, o pavimento pode ser suficientemente quente para causar queimaduras de segundo grau em questão de segundos“, observaram os autores.

Em alguns casos, as queimaduras foram agravadas por lesões adicionais sofridas durante um acidente de carro, como queimaduras por fricção. Noutros casos, as pessoas sofreram derrames, convulsões ou intoxicação por drogas que os deixaram incapazes de se levantar do asfalto após uma queda. Pessoas com certas complicações, como diabetes em estágio avançado, também se queimaram, provavelmente porque as suas terminações nervosas estão prejudicadas.

As pessoas que correm mais risco de queimaduras no pavimento, de acordo com os autores, incluem vítimas de acidentes de trânsito, idosos, deficientes e os muito jovens, que podem não entender os perigos do pavimento quente.

Com esta investigação, os autores querem que todos estejam atentos a esse tipos de lesões. “Esta informação será usada para programas de prevenção de queimaduras e consciencialização da saúde pública”, escreveram. “O benefício deste estudo está relacionado com toda a comunidade, já que as altas temperaturas ambientais colocam todos em risco de queimaduras quentes”.

ZAP //

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