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Alguns pássaros mal podem esperar que as suas crias “saiam de casa”

É uma luta com a qual muitos pais humanos têm de lidar e, afinal, parece que alguns pais pássaros canoros também.

No geral, os pássaros colocam apenas alguns ovos e investem muito na sobrevivência das suas crias até estas atingirem a maturidade. Mas há sempre um limite. De acordo com o site IFLScience, um novo estudo mostra que alguns pássaros canoros expulsam alguns filhos do ninho.

Os investigadores decidiram que a chave para perceber se os pássaros estão a ser forçados a sair de forma prematura está no número de crias que morre logo depois de deixar o ninho. Das 18 espécies de pássaros canoros norte-americanos estudados, 12 apresentaram picos acentuados na mortalidade nos primeiros dias após “sair de casa”.

Com base em pesquisas anteriores, os autores concluíram que as perspetivas de sobrevivência seriam melhores se estes pássaros permanecessem no ninho durante mais tempo, o que sugere que os pais os estão a expulsar antes de estarem prontos para partir.

E a razão pela qual isto acontece não foi difícil de encontrar. “Para todos os organismos com cuidados parentais, vai sempre chegar a um ponto em que estarão em conflito”, explica, em comunicado, Mike Ward, da Faculdade de Ciências Agrícolas, do Consumidor e Ambientais da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.

Em média, os pássaros tinham 13,6% menos probabilidade de atingir a maturidade quando forçados a sair do ninho mais cedo. Mas os pais atingiram uns quase idênticos 14% na probabilidade de criar pelo menos mais um filho quando empurraram a ninhada anterior mais cedo do que deviam.

Para a espécie como um todo, arriscar a descendência mais velha pode ser uma escolha inteligente se isso significar ter espaço para mais. E um benefício secundário é garantir que pelo menos um membro da ninhada sobreviva.

Para pássaros que criam muitas crias de uma só vez, perder todas num único ataque de um predador é um verdadeiro desastre. Desta forma, sendo expulsos do ninho, estes seguem caminhos separados e é improvável que um predador os apanhe a todos.

No entanto, como se destaca no estudo publicado, esta segunda-feira, na revista científica PNAS, estas médias escondem grandes variações entre as espécies.

ZAP //

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