A pesquisa mostrou que os participantes que caminharam na natureza tiveram uma redução na atividade da amígdala, a parte do cérebro que processa o stress, em relação aos outros participantes que caminharam pela cidade.
Um novo estudo publicado na Molecular Psychiatry debruçou-se sobre o impacto que a exposição à natureza tem no nosso cérebro. A pesquisa focou-se especificamente na amígdala, uma pequena estrutura no centro do cérebro envolvida no processamento do stress, na aprendizagem emocional e na reação de lutar ou fugir.
Estudos anteriores sugeriam que a amígdala é menos ativada em momentos de stress nos residentes em zonas rurais em comparação com os citadinos. Para descobrirem se esta relação é causal, um grupo de investigadores fez ressonâncias magnéticas a 63 adultos saudáveis.
Para além das ressonâncias, os participantes também preencheram questionários, fizeram uma tarefa que testava a memória e fizeram uma ressonância enquanto respondiam a perguntas, sendo que algumas foram feitas com o intuito de gerar stress social, relata o Science Alert.
Os participantes foram depois aleatoriamente ordenados a fazer uma caminhada de uma hora ou num cenário urbano ou florestal. Os investigadores pediram-lhes que seguissem uma rota específica em cada uma das localizações, sem fazerem caminhos alternativos e sem usarem os seus telemóveis durante o caminho.
Depois da caminhada, cada participante fez outra ressonância, fez mais uma tarefa causadora de stress e preencheu mais um questionário. As ressonâncias mostraram uma redução da atividade na amígdala depois de uma caminhada na floresta, o que apoia a teoria de que o contacto com a natureza tem efeitos positivos no cérebro. E estes efeitos podem aparecer ao fim de apenas uma hora.
Quem fez a caminhada na floresta também teve uma melhor restauração da atenção e apreciou mais a caminhada em si. Já a atividade na amígdala dos participantes que caminharam pela cidade não baixou, mas também não subiu, apesar de terem passado uma hora num ambiente mais ativo.
Isto não garante que a exposição urbana não causa stress, mas pode ser um sinal positivo para quem vive na cidade. Talvez o efeito do stress seja menos potente do que outras pesquisas sugerem ou talvez este resultado seja específico às ruas de Berlim que foram usadas nesta experiência.