Partos normais passam a ser feitos por enfermeiros

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Os partos normais vão deixar de ser efetuados por médicos obstetras ou ginecologistas e vão passar a ser feitos por enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica.

São considerados partos normais aqueles que são de baixo risco, sem indução ou necessidade de instrumentos. O enfermeiro vai acompanhar a grávida desde o internamento hospitalar até às primeiras horas de vida do recém-nascido, explica o Jornal de Notícias.

Os médicos de obstetrícia e ginecologia vão continuar nos partos mais complexos e que exigem o uso de instrumentos.

A norma da Direção-Geral de Saúde (DGS) foi publicada esta quarta-feira e torna oficial uma prática que já acontece em vários hospitais.

“A ideia desta norma é, no fundo, atualizar e regular aquilo que é prática. Nas grandes maternidades da região de Lisboa já há muito tempo que os enfermeiros fazem isto, portanto, vem clarificar as funções de cada um e facilitar que os diversos serviços possam implementar esta norma que pode ajudar a resolver esta crise que atravessamos”, justifica Nuno Clode, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno Fetal, em declarações à TSF.

“A verdade é que também se sente a falta de enfermeiros especialistas em obstetrícia e, portanto, não sei até que ponto é que isto vai resolver a situação, nem se vai melhorá-la, mas a verdade é que vai clarificar as soluções de cada um nas salas de parto, em todas as maternidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, acrescenta.

Nuno Clode mostra-se confiante que os enfermeiros “são perfeitamente capazes de orientar as grávidas de baixo risco durante o trabalho de parto”.

A nova orientação resulta de uma proposta da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Blocos de Parto. O objetivo é rentabilizar recursos humanos numa altura de grande carência de obstetras, anestesistas e pediatras no SNS.

Citada pelo JN, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, explica que uma das grandes conquistas da norma é a possibilidade do enfermeiro poder internar uma grávida em trabalho de parto de baixo risco.

Cerca de 80% dos partos são de baixo risco, ou seja, podem ser feitos apenas por enfermeiros especialistas a partir de agora.

Daniel Costa, ZAP //

7 Comments

  1. A situação deveria ser regularizada também para Socorristas visto que a diferença entre estes e os Enfermeiros é mínima, praticamente inexistente.

    • O acesso à profissão de Enfermagem só é possível com a Licenciatura em Enfermagem. Para se ser Socorrista é suficiente tirar o o curso específico de socorrista da Cruz Vermelha. Não é bem a mesma coisa.

      • Você acaba de puxar uma questão pertinente, em países desenvolvidos como a Alemanha, por exemplo, Enfermagem é um Curso Profissional, em Portugal passou a ser considerada uma Licenciatura, o que não faz qualquer sentido.

      • É uma opinião. Há quem defenda o contrário. Pessoalmente acho assustador não ser um profissional devidamente qualificado com conhecimentos técnicos.

  2. En breve , nem Médicos , nem Enfermeiros(as) , nem Socorristas , nem Bombeiros realizarão partos ! ……Essas (tarefas) serão assumidos por Robots e A.I , não se admirem !

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