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“Parto-te a tromba. És um anão”. Deputado do Chega ameaça assessor do PS (mas há uma versão alternativa)

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António Cotrim / Lusa

Viveu-se uma sexta-feira “tensa” no Parlamento depois do raspanete de Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, ao Chega. O líder parlamentar deste partido, Pedro Pinto, ameaçou um assessor do PS com um alegado encosto de cabeça e um aviso: “Parto-te a tromba. És um anão”.

Pedro Pinto terá pedido satisfações ao assessor de comunicação do PS, Nuno Saraiva, nos corredores da Assembleia da República (AR) por não ter gostado de uma publicação que este fez no Twitter.

Foi um momento a que assistiram “assessores de imprensa, deputados e outros jornalistas”, segundo o Observador que refere relatos de que Pedro Pinto usou um tom “ameaçador”, “intimidatório” e “agressivo”.

O Correio da Manhã (CM) acrescenta que “cinco testemunhas que se encontravam no local” viram Pedro Pinto a tentar “encostar a sua testa à do assessor do PS, num tom provocatório, enquanto o ameaçava”. Terá usado expressões como “parto-te a tromba” e “és um anão”, ainda segundo este jornal.

Mas o Observador refere que há testemunhos que indicam que Pedro Pinto “encostou” mesmo a cabeça à de Nuno Saraiva. “Tens muito a crescer para me chamar fascista”, terá também dito.

Os jornalistas presentes tentaram registar o momento em vídeo, mas só a parte final foi gravada, segundo o Observador, ouvindo-se Saraiva, conhecido como ex-director de comunicação do Sporting, a chamar “palhaço” a Pedro Pinto e a dizer-lhe “põe-te a mexer daqui para fora”. É esta parte final que surge em imagens divulgadas no Twitter.

Na origem deste desentendimento está uma publicação de Saraiva nas redes sociais sobre a posição de Santos Silva que resolveu enaltecer o contributo dos imigrantes para o país numa reprimenda ao discurso que antes o líder do Chega, André Ventura, tinha assumido.

“Isto é defender a dignidade da Democracia, das instituições e de todos os cidadãos. É assim que se combatem os fascistas, racistas e xenófobos“, escreveu o assessor do PS no seu perfil do Twitter.

Pedro Pinto nega “tom ameaçador”

Pedro Pinto diz ao CM que abordou Nuno Saraiva porque se sentiu “insultado com a publicação”, mas garante que “nunca usou qualquer tom ameaçador”.

“Nunca ameacei jornalistas na vida” e “nunca iria ameaçar ninguém nos corredores, principalmente quando há pessoas a ver”, destaca ainda o líder parlamentar do Chega.

Entretanto, o PS não tem intenção de apresentar queixa contra Pedro Pinto, pois “não quer dar importância ao incidente e torná-lo um “facto político como o Chega quereria””, salienta o Observador.

O Chega não comenta directamente o incidente, mas o jornal oficial do partido relata o episódio de outra forma. Na capa, titula-se “assessor do PS insulta e ameaça líder parlamentar do Chega”, apontando-se que Saraiva chamou “palhaço” e “fascista” a Pedro Pinto.

Intimidação a jornalistas do Parlamento

Mas este episódio entre Pedro Pinto e Nuno Saraiva não foi o único momento de tensão no Parlamento, nesta sexta-feira, envolvendo elementos do Chega depois de os deputados do partido terem abandonado o plenário em protesto contra Santos Silva.

O Observador relata “uma tarde especialmente tensa” e refere que o ex-assessor do Chega Manuel Matias, que é pai da deputada Rita Matias, também questionou um dos jornalistas que estava numa conferência de imprensa.

A Sábado reforça que Manuel Matias “interpelou um jornalista da RTP, questionando-o sobre as suas funções” e aponta que “a conversa subiu de tom”.

Esta atitude pode ser vista como uma forma de intimidação e pode, por isso, colidir com a liberdade de imprensa.

A nenhum título, jornalistas acreditados na AR podem ser questionados, seja por quem for, sobre o modo como exercem a sua actividade profissional, que está protegida pela Constituição e pela Lei”, aponta à Sábado uma fonte do gabinete da Secretaria-Geral do Parlamento.

A revista destaca que o “assessor de imprensa do Chega pediu desculpas ao jornalista pelo incidente”.

Contudo, os profissionais de comunicação social que trabalham no Parlamento também se sentem incomodados com a forma como “assessores do Chega circulam por zonas usadas por jornalistas acreditados”. Esse assunto deverá ser discutido entre a Associação de Jornalistas Parlamentares e Santos Silva numa próxima reunião.

Entretanto, o Chega pediu uma “audiência urgente” ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para abordar a forma como o presidente da AR tem atuado na função. Na óptica do partido, Santos Silva tem tido “falta de isenção e de independência”.

ZAP //

40 Comments

  1. Força Chega. Arruma-os a todos que nos trouxeram até este ponto calamitoso. Dívida, Saúde, Justiça, Autoridades, Educação, todas as vias públicas de Portugal têm buracos, todos os tetos de edifícios públicos ou metem água ou têm amianto, etc. Ninguém sabe para onde vai o dinheiro dos contribuintes mais sofridos da Europa e dos que mais pagam de custos de energia e taxas administrativas nos serviços públicos.

    • Pelo Chega, iria para os bolsos deles.
      André Ventura recebeu 8,44 milhões de euros de uma offshore, declarando a chegada desse dinheiro, isentos de impostos, pois existiu um pagamento de 18983 euros, em Malta, na origem desse valor.
      “Faz o que digo não faças o que faço”. É como os 8000 seguranças privados que protegem os membros do Chega. São 68,5 vezes o número total de seguranças do governo, todas as bancadas parlamentares e do Presidente da República.

    • “É inaceitável.” Pacheco Pereira diz que Santos Silva “abusou do seu poder” na polémica com o Chega. O grande culpado de toda a tensão no Parlamento, é o próprio Presidente do Parlamento, ao exceder, de forma miserável, as suas competências. Se quer fazer combate político tem que o fazer a partir das bancadas parlamentares. Ao Presidente da Assembleia da República, compete: Representar a Assembleia – Presidir à Mesa – Dirigir os trabalhos parlamentares – Fixar a ordem do dia, depois de ouvir a Conferência de Líderes – Assinar os Decretos e outros documentos expedidos em nome da Assembleia da República – Superintender na administração da Assembleia da República.

    • O Chega é uma voz forte e corajosa contra uma governação completamente à deriva. Por isso é que eles não gostam do Chega. Com uma maioria absoluta, penso que só um Chega não chega. Talvez fossem precisos dois ou três Chegas, para ver se este país se mexe e os portugueses são melhor atendidos nos seus problemas e dificuldades. Entretanto o número de pobres continua a crescer. Já vai em dois milhões e quatrocentos mil.

  2. A ascensão do CHEGA trouxe para o espaço público um conjunto de pessoas que representam o pior dos portugueses. Pessoas sem educação, primários, de baixo nível e incultos. Quem se sente representado pelo Chega é porque é igual a eles, nivela-se por baixo.

    • Não me sinto representado pelo Chega, mas também não me sinto representado pelo PAR.

      O Chega elegeu os deputados de forma democrática, são a 3ra força política do país e mesmo não me revendo nas suas posições, elas representam uma parte do país que os elegeu e se gostamos de viver em democracia temos de aprender a respeitar os seus pontos de vista.
      Eu tenho um amigo que defende algumas ideais do chega, mas é acima de tudo, um amigo. Discutimos muitas vezes sobre política e conseguimos por (muitas) vezes encontrar pontos em comum.
      Curiosamente, tanto ele como eu já muitas vezes mudamos de opinião sobre um assunto por ouvirmos o outro lado.

      Para mim, este tipo de relação só é possível porque vivemos em democracia.
      Se eu não concordo com o Chega na grande maioria dos temas, principalmente em matéria de imigração, aborto e eutanásia, opto por votar noutro partido que melhor me representa, mas não tolero um PAR que jura defender a democracia usar a mesma para implementar uma censura e ainda dizer que a nossa democracia não tolera as ideias do chega, A nossa democracia tolera todas as ideais, seja do Chega ou do Partido Comunista, é isso que a faz ser uma democracia.

      Ouvir os discursos do PAR a autopromover-se como o defensor da moralidade e valores nacionais quando fez parte de um governo que deixou o país de rastos e um ex PM a braços com a justiça é “na minha opinião” um atentado á democracia, com uma hipocrisia tremenda.
      Depois querem que acreditemos na política!!
      Quantos mais partidos houver na AR, com um espectro político desde a esquerda radical à direita radical, mais os portugueses são representados e mais ideias, válidas ou não, são debatidas na AR, se um PAR as recusa a ouvir então está moralmente em falta para com a sua posição

      • Muito bem.
        Subscrevo completamente.
        Será pena que muitos não conseguirem chegar a este nível de democracia.
        .

      • Plenamente de acordo.
        E permitam-me, ainda dizer que discordo plenamente quando o Senhor PAR diz que devemos muito aos emigrantes. Pessoalmente não lhes devo nada. Uma coisa é ajudar os fugitivos de guerras, outra bem diferente é deixar o país encher com “gentes” que aproveitam a “boleia” para se instalarem e viverem à custa dos nossos impostos, sendo que, os nossos filhos que são portugueses nascidos em Portugal, não só não conseguem trabalho, como ainda quando conseguem algum, são escrevizados. Sei do que falo, e posso dar provas disso.
        trocaram-se os valores? Senhor PAR, nem todos os portugueses tiveram a sorte de V. Exª. Pense bem nisso.

      • Isso é totalmente mentira! A grande maioria das comunidades imigrantes está inserida e trabalha. Fazem as funções que os portugueses não querem fazer (e que há décadas atrás foram fazer para França, onde os franceses já não as queriam fazer nessa altura). Falo de tratar de pessoas idosas, servir à mesa, trabalhar na hotelaria a fazer camas, limpar quartos…
        E na indústria as comunidades de leste assumiram especial importância (ucranianos, moldavos) há umas décadas atrás. Depois deixaram de vir. Passaram a ir para outros países (Alemanha…). Sem estes imigrantes, o país já há muito estaria parado. Quem limpava os quartos e fazia a cama no Algarve? Quem trabalharia como serralheiro ou soldador em muitas das nossas metalomecânicas?
        No entanto, existem algumas comunidades que não se inserem. Seja porque têm níveis de formação muito baixos, evidenciam grandes dificuldades de inserção no mercado de trabalho e na sociedade. A generalização não é correta.

    • É engraçado é que o que está gravado são as ameaças do funcionário do ps, tantos orgaos de comunicação social e ninguém geavou apebas testemunhou

    • Outra vez, “Eu!”? Já ando farto das tuas trambicadas. Vê lá se não estás doente… olha que o SNS não te pode valer, por culpa do PS…
      É muito fácil inventar umas merd*****, só para o teu querido e miserável partido continuar com maioria, mas, lamento, isso não voltará a acontecer. Depois de tantos escândalos, principalmente na área da Saúde, o povo finalmente acordou para a vida, para a justiça, que o Chega veicula.

      Cumprimentos, amigalhaço!

    • Por analogia, imagino que saiba o que quer dizer, como o PIESSS está associado a corrupção e escandalos, como o da Casa Pia, quem se sente representado por ele é igual a eles, nivela-se por baixo. É assim que se considera ?

    • Vale tanto um deputado do Chega como vale um do PS. São eleitos pelo povo. Este artolas FM quer então dizer que quem, na altura, votou em Sócrates, é ladrão como ele?

  3. Engraçado o título… Apenas ouvi a criatura do PS insultar o outro de palhaço e a dar-lhe ordens para se ir embora. Do outro não ouvi nada! Em que ficamos?! Quem é que se portou efetivamente mal? Afinal foi a criatura do PS que insultou o outro de palhaço.

    • Chamar ao outro de Palhaço não é nenhum insulto, apenas constatação.
      O Parlamento já pouca credibilidade tinha, agora está até ferida de liberdade, fosse um qualquer partido Democrata o que seria a exploração da chamada comunicação social, antigamente quando não existia liberdade de informação saberiam combater estas situações, hoje com reles profissionais e pagos a preço de ouro, muito bem pagos e instalados nem motivação tem para combater as direcções das empresas.

      • Pela sua ordem de ideias quando somos nós, ou dos nossos, a insultar é uma constatação. Quando são os outros, são insultos. E assim vai a democracia. Estes xuxalistas querem mesmo venezuelizar isto tudo.

      • Com este SS (leia-se Santos Silva) o Parlamento parece estar a a caminho de uma grande palhaçada. É o reflexo do Portugal atual.

  4. Isto é um fair diver da fauna parlamentar. Não é noticia. Noticio seria se o Pedro Pinto tivesses partido as trombas ao assessor. Isso sim, era noticia. Agora arrufos destes, pelo amor santa !!!

  5. Já havia gente desta que bastava! De facto, não é preciso mais. Quem não se lembra do “quem se mete com o PS leva” , da cena dos “cornos” e de umas poucas jóias do mais baixo que socialmente temos? É altura de começarmos a pensar em eleger os deputados de forma uninominal em vez de ser em “pacote ” .

  6. Já se sabia que os trauliteiros tinham chegado à AR mas ainda não se sabia que estes sacos de testoterona ainda andam com os nós dos dedos dos membros anteriores no chão!

  7. A pouca credibilidade que já tinha a AR, com a chegada,agora do grupo parlamentar do chega, perdeu-se, parece agora um grupo de foras da lei, num canto qualquer de uma cidade,onde a população tem medo de passar, parece generalizado o medo da imprensa que trabalha na Assembleia da República, não fosse tal situação o citado triste espetáculo era notícia comum diária e permanente em toda a chamada Comunicação social, salvo a TVI/CNN próximas do Chega, que de imediato chamou um Doutor seu colaborador para enterrar o Presidente do Parlamento e desculpar o bando, imaginemos este caso em um dos Partidos Democratas,a festa, que a exploração da chamada comunicação social faria, penso que é urgente uma lei que impeça qualquer organização faça Política partidária faça política sob a capa de órgão de comunicação social, noutros tempos que diziam não haver liberdade de comunicação social, tínhamos jornalistas com sabedoria e capacidade de impedir tal situação, hoje com Jornalistas muito bem Pagos e má formação profissional é fácil estes órgãos ditos comunicação social manobrar e controlar a população a seu belo prazer, e não investirem em entretenimento e qualidade de informação como seria imposto.

    • Porquê? Estás a falar das pessoas a quem o Chega desatava a “partir as trombas” se algum dia chegasse ao Governo?
      Se te partissem as trombas a ti, também choravas, não?

  8. Tenho a certeza que os ciganos, os imigrantes saberiam honrar o Parlamento, com comportamentos mais dignificantes da casa da democracia

  9. Ilariante! Anda toda a gente com pouco juizo! Mas estamos em democracia e temos liberdade de expressão, por isso podemos dizer e fazer tudo. Quem ganha é a maioria. Não tenho nada haver com o chega, mas André Ventura não tem papas na lingua e faz muito bem. Dava um bom PR.

    • Bem… a Isabel abusa da liberdade de expressão!!!
      “Ilariante…” ?!!!!
      “…não tenho nada haver…” ????!!!!!

      É o típico eleitor do Chega! Ou será heleitor?!

      • Nas próximas eleições presidenciais voto, com imensa satisfação, em André Ventura. Bate qualquer um.

      • Fica a dúvida…qual dúvida? Que enxovalho linguístico! Há pessoas que escrevem mas nem sabem o que dizem. Para onde caminhamos?

  10. Eu ás vezes…quando ando mais tenso, também gostava de ser assim ameaçado. Pelo menos tinha oportunidade de partir a fuça a alguém…e desanuviar! Quando a vida nos dá ovos…fazemos omeletes!!!

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