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Principal parceiro comercial de Portugal, a Espanha vive dias turbulentos com a recente dissolução do Parlamento e convocação de eleições antecipadas. Mas será que a atual turbulência política em Espanha afetará a economia de Portugal?
Espanha, principal parceiro comercial de Portugal, acaba de ver o seu Parlamento dissolvido e aguarda eleições, antecipadas para julho na sequência da derrota do partido que forma o atual governo, PSOE, perante o Partido Popular nas regionais espanholas.
Principal comprador de Portugal, as exportações para Espanha atingiram os 5,2 mil milhões de euros, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística relativos ao primeiro trimestre de 2023.
Espanha foi, simultaneamente, o país que mais forneceu a Portugal — cerca de nove mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2023.
Mas será que a atual turbulência política em Espanha afetará a economia de Portugal?
Segundo o economista José Reis, o atual cenário político espanhol “tem poucas consequências para a economia em si mesmo”, disse à ECO, salientando que as duas economias da Península Ibérica estão “muito integradas”.
Mesmo com uma eventual mudança de Governo, a relação entre Portugal e Espanha “não se alteraria”, assegura Reis, acrescentando que “na medida em que a economia espanhola funcione, traduz-se nas nossas exportações mas o inverso também é verdade”.
O mesmo cenário é previsto por Pedro Braz Teixeira, que sublinha que Espanha tem uma “economia suficientemente estabilizada para as eleições não terem um impacto muito significativo”, afirma, explicando a semelhança do cenário económico dos dois países.
“Espanha está enquadrada no contexto europeu, também está a receber o equivalente ao Plano de Recuperação e Resiliência lá, está condicionada na política orçamental, tem a mesma taxa de câmbio e política monetária”, disse, prevendo a manutenção de interesses económicos caso os socialistas se mantenham no poder.
“Governos de esquerda em Espanha mantêm no geral uma posição pró-atividade económica, pró-empresas e negócios”.
Aliás, a bolsa de Lisboa registou uma subida, segundo a ECO, apesar do sentimento negativo em redor das eleições antecipadas em Espanha.
