Para o pinguim trapaceiro só há duas coisas melhores do que o casamento: o divórcio e o adultério

Os pequenos pinguins “trapaceiros” são fortíssimos em matéria de divórcio. Nos casos em que não se separam do seu companheiro, acabam por trair.

Os pinguins trapaceiros adoram o divórcio. Quando não se contentam com o que têm, seguem viagem à procura de “melhores condições”.

No entanto, quando isso não acontece, os pinguins-pequenos (Eudyptula minor) “pulam a cerca” pela calada. Sim, também adoram o adultério.

Os cientistas acreditam que os pinguins se divorciam por várias razões, incluindo falhas reprodutivas e stress ambiental, que podem tornar os pares de pinguins menos estáveis.

Contudo, um novo estudo, publicado recentemente na Ecology and Evolution, concluiu que estas taxas de divórcio são um bom indicador da saúde geral das colónias.

A longo prazo, a separação pode aumentar o sucesso reprodutivo, permitindo que os pinguins encontrem parceiros mais compatíveis ou de “maior qualidade”, escreveram os autores do estudo.

Mas calma…

De acordo com o estudo, o divórcio (ou a falta dele) foi, no entanto, o melhor fator de previsão do sucesso reprodutivo, com mais descendentes produzidos durante as épocas com baixas taxas de divórcio.

Mas isso não quer dizer que os casais comprometidos sejam fiéis. Como escreve a Live Science, se não dá por via do divórcio, os pinguins trapaceiros têm de arranjar outras formas de “molhar o bico” noutro lado.

“Nos bons tempos, os casais mantêm-se fiéis aos seus parceiros, embora muitas vezes haja um pouco de brincadeira à parte“, disse a equipa de investigação, em comunicado.

O problema é que os “bons tempos” costumam ser passageiros. Como diz o ditado, o que é bom acaba-se depressa. E os problemas voltam.

Quando há uma grande vaga de pinguins “instáveis” durante a mesma estação, surgem problemas nas colónias, o que atrasa a reprodução.

Os autores do estudo alertam ainda risco de “falta de familiaridade reprodutiva” e de “redução da eficiência reprodutiva” durante as fases iniciais de um novo casal.

Por outras palavras, os novos casais não são tão bons a reproduzir e a produzir descendência como os casais que passaram mais tempo juntos.

Como detalha a Live Science, a investigação foi liderada por investigadores da Universidade Monash (Austrália), que analisou a forma como os fatores ambientais e sociais, incluindo o divórcio, influenciaram o sucesso reprodutivo ao longo de 13 épocas de reprodução na Ilha Phillip, na Austrália, onde vivem 37.000 pinguins-pequenos – a maior colónia do mundo.

ZAP //

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