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Tensão escala na Caxemira. Paquistão abateu dois caças indianos

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Rahat Dar / EPA

Um grupo de pessoas queima retratos do primeiro-ministro indiano Narendra Modi durante um protesto anti-indiano em Lahore, no Paquistão

O Exército do Paquistão afirmou esta quarta-feira ter abatido dois aviões indianos dentro do seu espaço aéreo, pouco depois de ter sido noticiada uma “breve violação” do espaço aéreo indiano por aviões paquistaneses.

“A força aérea abateu dois aviões indianos no espaço aéreo paquistanês. Um dos aviões caiu na Caxemira indiana e o outro na Caxemira paquistanesa”, indicou o general Asif Ghafoor, no Twitter. “Um piloto indiano foi detido em terra pelos militares”, acrescentou.

Pouco antes, foi noticiada uma “violação breve” de aviões paquistaneses no espaço aéreo indiano na região disputada de Caxemira, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), que cita fontes governamentais locais.

O Governo indiano confirmou a perda de um dos seus aviões e que desconhece o paradeiro do piloto, mas revelou ter abatido um caça paquistanês.

Esta incursão na linha de cessar-fogo altamente militarizada surge após um “ataque preventivo” da Índia ao Paquistão, na terça-feira.

As autoridades indianas confirmaram ter lançado um ataque aéreo “preventivo” na Caxemira paquistanesa e matado “um grande número” de militantes do grupo islâmico Jaish-e-Mohammed (JeM), que reivindicou o ataque suicida de 14 de fevereiro na Caxemira indiana, que matou mais de 40 paramilitares indianos.

O secretário do Exterior, Vijay Gokhale, afirmou que a Índia atingiu “o maior campo de treinos” do JeM na região de Balakot.

O atentado suicida da semana passada na Caxemira indiana, que provocou a morte de 42 pessoas, foi o mais mortífero ataque desde 2002. Reivindicado pelo grupo islâmico JeM, o atentado-suicida foi perpetrado com uma carrinha carregada de explosivos detonada perto de uma coluna de 78 veículos transportando cerca de 2.500 membros da Central Reserve Police Force (CRPF), uma força paramilitar.

A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947. O total das forças indianas na parte controlada por Nova Deli é estimado em cerca de 500.000 efetivos.

Uma rebelião separatista mortífera destabiliza a Caxemira indiana desde 1989. A Índia acusa o Paquistão de apoiar de forma dissimulada as infiltrações na sua parte do território e a própria revolta armada, o que Islamabad sempre negou.

Na terça-feira, pelo menos seis pessoas foram mortas durante confrontos entre militares indianos e paquistaneses, perto da linha de demarcação das partes da Caxemira sob controlo da Índia e do Paquistão, no setor controlado por este, em Nakyal, de acordo com as autoridades paquistanesas.

“Evitar a escalada a todo o custo”

Os Estados Unidos pediram esta terça-feira contenção à Índia e ao Paquistão de forma a “evitar a escalada a todo custo” entre as duas potências nucleares, com tensões agudizadas nos últimos dias. “Encorajamos a Índia e o Paquistão a exercerem contenção e evitar a escalada a todo custo”, apontou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, citado em em comunicado.

Pompeo anunciou ainda que já falou com os seus homólogos paquistanês e indiano.

Dirigindo-se a Islamabad, o chefe da diplomacia norte-americana falou “urgência de o Paquistão agir de forma significativa contra grupos terroristas que operam no seu território” e da necessidade de “estancar as atuais tensões evitando uma ação militar”.

O secretário norte-americano pediu ainda aos dois países para estabelecerem linhas de comunicação diretas, “uma prioridade para evitar novas atividades militares”.

ZAP // Lusa

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2 Comments

    • Isso não é difícil de prever devido ao fanatismo religioso no médio oriente. Mas também não é difícil de prever que os também fanáticos religiosos Americanos estarão envolvidos, principalmente se o inimigo tiver petróleo e não for cristão.

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