Panteão Nacional lucra mais com concertos e espetáculos

No último ano, o Panteão Nacional aumentou os lucros com o aluguer do espaço para concertos e espetáculos, tendo sido palco de eventos musicais como o Festival Rescaldo ou de outras performances como a arte circense funambulismo.

Na sequência do banquete da Web Summit, o Governo alterou a lei e proibiu o aluguer do espaço para jantares e cocktails, o que representava a maior fatia das receitas do monumento. Atualmente, segundo determina o despacho sobre a cedência de espaços afetos à Direção-Geral do Património Cultural, “no Panteão Nacional, instalado na Igreja de Santa Engrácia, só podem ser autorizados eventos de natureza cultural, criteriosamente selecionados e enquadrados com a dignidade dos espaços”.

De acordo com o jornal Público, entre março de 2018 e março deste ano, o Panteão lucrou 6.150 euros com o aluguer para concertos/espetáculos. Não houve quaisquer filmagens como no passado. Entre março de 2017 e fevereiro de 2018, o Panteão lucrou 1.991,75 euros com o aluguer do espaço para concertos/espetáculos, 2.460 euros com alugueres para filmagens e 14.769 euros para jantares.

Os preços de aluguer variam entre os mil até aos 5 mil euros, consoante se alugue a sala do coro ou o terraço, sendo a nave central o local mais caro.

Atualmente, estão no Panteão os restos mortais dos ex-Presidentes da República Manuel de Arriaga, trasladado em 2004, Teófilo Braga, Sidónio Pais e Óscar Carmona, dos escritores João de Deus, Almeida Garrett e Guerra Junqueiro. As últimas personalidades que foram transladadas para o Panteão Nacional foram a escritora Sophia de Mello Breyner e a fadista Amália Rodrigues.

No Panteão, encontram-se ainda cenotáfios — arcas tumulares de homenagem sem corpo – evocando as figuras de Luís de Camões, do infante D. Henrique, de Afonso de Albuquerque, Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral.

A lei prevê que as “honras do Panteão” se destinam “a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade”.

Neste último ano, o Panteão recebeu inúmeras iniciativas ligadas à música e à cultura. O Festival TODOS, que se realizou em setembro de 2018, levou a arte contemporânea a vários locais lisboetas. Juntamente com A Voz do Operário e a Feira da Ladra realizaram-se no Panteão várias atividades integrantes do programa do festival. Vários foram os concertos que se realizaram neste espaço, como o de Lorenzo Viotti enquanto maestro da Orquestra Gulbenkian ou o solo da trompetista Susana Santos Silva.

ZAP //

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