Santos Silva: pandemia e guerra “exigem” mais dotação financeira da UE

António Cotrim / Lusa

Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República

No Fórum Parlamentar Luso-Espanhol, Augusto Santos Silva lembrou que “as economias estão a sofrer os efeitos da guerra”, mas disse acreditar que a Europa vai ser capaz de responder aos desafios.

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, sublinhou esta terça-feira que a pandemia e a guerra na Ucrânia “exigem” da União Europeia (UE) “uma resposta com os instrumentos financeiros indispensáveis”, defendendo uma maior capacidade orçamental própria.

“Portugal e Espanha têm-se destacado na forma como insistem em que as consequências da guerra e da pandemia, as consequências económicas e sociais que hoje sofremos, exigem de nós, europeus, uma resposta com os instrumentos financeiros indispensáveis”, declarou o presidente do parlamento português.

“E, portanto, é altura de avançarmos mais na dotação da União Europeia, pelo menos da Zona Euro, com uma capacidade orçamental própria, e de avançarmos mais com os instrumentos de financiamento indispensáveis para que a recuperação económica seja o mais rápida e mais inclusiva possível”, acrescentou Augusto Santos Silva.

Em declarações aos jornalistas, Santos Silva vincou que, tanto Pedro Sánchez como António Costa, “têm trabalhado muito no sentido de reforçar as capacidades que a União Europeia tem, em especial a Zona Euro, para financiar os esforços de reconstrução e de recuperação da economia“, nestes momentos de crise “provocados pela pandemia e mais recentemente pela guerra” na Ucrânia.

“E, por isso, questões como a capacidade orçamental própria da Zona Euro estão na ordem do dia. Estarão na ordem do dia nos debates entre os parlamentares hoje e estarão na ordem do dia nos debates entre os Governos, depois”, sublinhou o Presidente do parlamento português.

Augusto Santos Silva lembrou que “as economias estão a sofrer os efeitos da guerra”, mas disse acreditar que a Europa vai ser capaz de responder aos desafios.

“As economias estão a sofrer os efeitos da guerra. Mas nós devemos aprender com as nossas próprias lições. Nós conseguimos, como Europa, responder bem às consequências económicas da pandemia, conseguimos, juntos, responder à pandemia, designadamente, assegurando a vacinação universal dos nossos cidadãos. E vamos conseguir responder juntos às consequências económicas da guerra”, referiu o presidente da Assembleia da República.

O tema principal do X Fórum Parlamentar Luso-Espanhol é a inovação, e um dos assuntos que será debatido pelos parlamentares de ambos os países é a energia, sobretudo nas vertentes da transição energética, transição verde e transição digital.

“A energia é uma área especialmente sensível por causa das consequências da guerra da Rússia contra a Ucrânia e, também aí, Portugal e Espanha têm sabido unir os seus esforços para encontrar as melhores soluções para as suas populações. Prova disso é o mecanismo ibérico de fixação dos preços da eletricidade, que provocou uma baixa significativa de preços da energia elétrica, quer em Espanha, quer em Portugal, e que é hoje um exemplo seguido na Europa”, destacou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.

“A gestão da água e o problema da seca, o desafio demográfico e o apoio necessário ao desenvolvimento dos territórios transfronteiriços, e a melhoria da conectividade entre os dois países, designadamente, através da ferrovia, temos muitos temas que nos desafiam para o nosso fórum parlamentar de hoje”, afirmou.

O X Fórum Parlamentar Luso-Espanhol decorre hoje nas instalações do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e na Universidade do Minho, em Braga, com reuniões de trabalho das delegações parlamentares.

ZAP // Lusa

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