Pandemia pré-histórica afetou os antepassados dos humanos, chimpanzés ou pandas. Em 2016, pelo menos 28 espécies de mamíferos, incluindo humanos, tinham o vírus no seu ADN. Hoje, é crucial para o sistema imunitário.
Um antigo grupo de vírus, conhecido como ERV-Fc, deu início à mais longa pandemia da história do planeta, embarcando numa vasta onda de infeções através de uma diversa gama de mamíferos, incluindo os antepassados dos humanos, chimpanzés, oricteropes e pandas.
Tudo aconteceu há entre 33 e 15 milhões de anos e, há cerca de 15 milhões de anos, esta pandemia pré-histórica chegou ao fim, provavelmente por causa da exaustão das opções de hospedeiros — mas o legado do ERV-Fc perdura.
Fragmentos do seu ADN foram herdados e persistem nos genomas de muitos mamíferos modernos, incluindo os humanos. Na verdade, retrovírus como o ERV-Fc contribuíram com até 8% do genoma humano, segundo o IFL Science.
Hoje, conhecer melhor o ERV-Fc contribui para prever as consequências a longo prazo de infeções virais contemporâneas como a COVID-19 e entender melhor as dinâmicas evolutivas entre os vírus e os seus hospedeiros.
Os restos do muito bem-sucedido ERV-Fc foram encontrados nos genomas de 50 mamíferos modernos, de acordo com um estudo de 2016 publicado no eLife. Pelo menos 28 espécies de mamíferos, incluindo humanos, chimpanzés e pandas, tinham o vírus no seu ADN.
Aliás, o vírus não infetou apenas uma linhagem: saltou entre espécies mais de 20 vezes, dando início a uma pandemia que afetou mamíferos por todo o mundo — à exceção dos que estão na Austrália e Antártida.
“Os genomas dos mamíferos contêm centenas de milhares de fósseis virais antigos semelhantes ao ERV-Fc,” disse William E. Diehl, autor principal do estudo de 2016 em comunicado.
“O desafio será agora utilizar sequências virais antigas para olhar para trás no tempo, o que pode ser revelador para prever as consequências a longo prazo de infeções virais emergentes”, afirma.
“Por exemplo, poderíamos potencialmente avaliar o impacto do VIH na saúde humana daqui a 30 milhões de anos. O método vai permitir compreender melhor quando e por que emergem novos vírus e como o contacto a longo prazo com eles impacta a evolução dos organismos hospedeiros,” explicou Diehl.
Para se replicarem, os retrovírus incorporam o seu material genético no ADN das células do seu hospedeiro. O processo não afeta, na maior parte das vezes, o ADN reprodutivo do hospedeiro, mas se os vírus conseguirem infetar células de óvulos ou espermatozoides, as suas sequências genéticas podem ser transmitidas através das gerações, infiltrando-se no genoma da população hospedeira como retrovírus endógenos.
Há 15 milhoes de anos não havia pandas e o homem então eeria um neandertal.
Hoje, pela graça dos idiotas da ciência que pensam saber tudo conseguem saber o que se passou há 15 milhões de anos.
É pena não não trabalharem no sentido de saber o futuro em poucas horas ou dias mas nem minutos.
Vamos ter calma com tanta imaginação.