Pandemia assola Irão. EUA com mais 888 mortos. 19 países europeus bateram recorde de casos

Michael Appleton / Mayoral Photography Office

Naquele que é o número mais elevado de casos diários desde abril, a Alemanha registou 2.297 novos contágios, 19 países europeus já ultrapassaram o recorde de casos do pico da pandemia. O Irão ultrapassou as 20 mil mortes associadas à covid-19. Nos Estados unidos registaram-se mais 888 mortos e 52.041 casos. 

A Alemanha registou seis mortes e 2.297 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, naquele que é o número mais elevado de contágios diários desde abril, segundo os dados hoje apresentados pelo Instituto Robert Koch.

O pico da pandemia ao nível de novas infeções no país ocorreu entre o final de março e o início de abril, quando foram notificados mais de 6.000 casos por dia, tendo os valores decrescido significativamente a partir de maio e junho.

Os totais acumulados na Alemanha superam os 270.000 casos, dos quais resultaram 9.384 óbitos. O Rt, indicador de transmissibilidade da infeção, situa-se agora em 1,16, enquanto no dia anterior era apenas de 1,07.

O estado da Baviera é o mais afetado no território alemã, ao contabilizar um total de 64.395 contágios e 2.648 mortos desde o início da pandemia. Nesse sentido, as autoridades bávaras tomaram mais medidas restritivas da propagação do novo coronavírus, especialmente em Munique, tendo sido proibido o consumo de álcool no recinto onde se costuma realizar Oktoberfest.

O evento, um dos maiores da cidade, foi cancelado há já vários meses, mas as autoridades temem a ocorrência de festas espontâneas a partir de hoje, o dia para o qual estava agendado o arranque do Oktoberfest.

Na sexta-feira, Munique ultrapassou pela primeira vez a marca de 50 infeções por 100.000 habitantes numa semana, um índice a partir do qual o Instituto Robert Koch classifica uma área de risco.

Por sua vez, o estado da Renânia do Norte-Vestefália, o mais populoso na Alemanha e que já regista um acumulado de 64.692 casos, decidiu cancelar as celebrações do próximo carnaval, tradicionalmente o maior da Alemanha.

Na Europa, os países que menos sofreram no início da pandemia estão a ser atingidos em força agora, realça o Observador. Dos 48 países europeus, 19 países já têm mais casos do que no pico da pandemia, e 37 países estão em 2.ª vaga, com um número de novos contágios que, após um período de estabilização, voltou a disparar.

A 14 de Setembro, nota o Público, a Europa somou quase 57 mil novos casos, um recorde diário desde o início da pandemia. Em Espanha, registaram-se 14 mil casos nas últimas 24 horas. A capital espanhola decidiu mesmo, a partir da próxima segunda-feira, restringir a liberdade de movimento a mais de 850 mil pessoas — cerca de 13% dos seus habitantes.

EUA com mais 888 mortos e 52.041 casos

Os Estados Unidos registaram 888 mortes causadas pela covid-19 e 52.041 infetados nas últimas 24 horas, indicou esta sexta-feira a Universidade Johns Hopkins.

Desde o início da pandemia, o país contabilizou 198.477 óbitos e 6.722.537 casos de covid-19, de acordo com a contagem independente da universidade norte-americana. Na quinta-feira, a contagem da Universidade Johns Hopkins dava conta de 928 mortos e 44.254 contágios em 24 horas.

Embora Nova Iorque já não seja o estado com o maior número de infeções, continua a ser aquele que contabiliza mais óbitos (33.172), um número superior ao de países como França ou Espanha. Só na cidade de Nova Iorque morreram 23.775 pessoas, indicaram as autoridades locais.

O Instituto de Métricas e Avaliações de Saúde da Universidade de Washington estimou que os Estados Unidos irão ultrapassar as 258 mil mortes na altura das eleições presidenciais, agendadas para 3 de novembro, e as 400 mil até final do ano. É o país com mais mortos e também com mais casos de infeção confirmados.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 946.727 mortos e mais de 30,2 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

 

Irão ultrapassa as 20 mil mortes

O Irão ultrapassou hoje as 20.000 mortes ligadas ao novo coronavírus, o maior número de vítimas mortais da pandemia até agora em qualquer país do Médio Oriente, indicou o Ministério da Saúde.

Segundo a porta-voz do Ministério da Saúde, Sima Sadat Lari, o Irão conta agora com 350.200 infetados, entre os quais 20.125 mortos, desde que o país registou os primeiros casos em fevereiro. O país tem cerca de 80 milhões de habitantes. Especialistas internacionais e nacionais suspeitam que os números sejam superiores.

O anúncio foi feito no mesmo dia em que mais de um milhão de estudantes da República Islâmica realiza exames de admissão à universidade e quando o país se prepara para assinalar a Ashura, a grande comemoração de luto pela morte do neto do profeta Maomé, Hussein, no século VII, um dos santos mais venerados do islamismo xiita.

Cerca de 1,4 milhões de estudantes começaram a fazer os exames de algumas horas e Ali Reza Zali, que lidera a campanha contra a pandemia em Teerão, disse que as autoridades desinfetaram as instalações onde decorrem os testes “para garantir a saúde dos candidatos”. Segundo Zali, a capital do Irão ainda enfrenta o maior nível de alerta do país em relação ao vírus.

Em relação ao Ashura, a Associação Psiquiátrica iraniana pediu ao ministro da Saúde, Saeed Namaki, a “proibição total de quaisquer reuniões, especialmente as cerimónias de luto públicas”, considerando que se poderá estar “à beira de um desastre”, segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press.

Nos nove dias antes da Ashura decorrem grandes procissões durante as quais homens se flagelam com correntes, numa expressão simbólica de pesar por não terem podido ajudar Hussein antes do seu martírio. Muitos distribuem alimentos e bebidas gratuitamente aos participantes.

Esta segunda-feira, uma organização de religiosos defendeu que a Ashura deve realizar-se “em quaisquer circunstâncias“, embora tivesse pedido aos participantes para seguirem as regras de segurança sanitárias.

 

Número de mortos em África sobe para 33.626

O número de mortos em África devido à covid-19 subiu para 33.626 nas últimas 24 horas, após o registo de mais 223 vítimas mortais, com as infeções a atingirem os 1.390.560, segundo dados oficiais.

Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, nas últimas 24 horas registaram-se, nos 55 Estados-membros da organização, mais 10.651 casos de infeção. Os recuperados são agora de 1.140.980, após o registo de mais 9.142 desde quinta-feira.

A África Austral continua a registar o maior número de casos e mortos: 17.033 mortos e 714.503. A África do Sul, o país mais afetado do continente, contabiliza agora 657.627 casos e 15.857 mortos.

O norte de África, a segunda zona mais afetada pela pandemia, tem agora 290.846 pessoas infetadas e 9.865 mortos e na África Ocidental o número de infeções é de 171.195, com 2.558 vítimas mortais. A região da África Oriental tem 157.262 casos e 3.103 mortos, enquanto a África Central contabiliza 56.754 casos e 1.067 óbitos.

O Egito, que é o segundo país africano com mais vítimas mortais, a seguir à África do Sul, regista 5.733 mortos e 101.772 infetados e Marrocos contabiliza 1.755 mortos e 97.264 casos. A Argélia tem agora 1.659 mortos e 49.416 casos. Nos seis países mais afetados estão também a Nigéria, com 56.956 infetados e 1.094 mortos, e a Etiópia, com 67.515 infetados e 1.072 mortos.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Angola lidera em número de mortos e Moçambique em número de casos. Angola regista 147 mortos e 3.848 casos, seguindo-se Cabo Verde (50 mortos e 5.141 casos) e Moçambique (40 mortos e 6.264 casos). A Guiné-Bissau mantém os 39 mortos e 2.303 casos desde quinta-feira e São Tomé e Príncipe mantém também o numero de 15 mortes e 908 casos).

ZAP // Lusa

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