Miguel A. Lopes / Lusa

O ministro das Finanças, João Leão.
O saldo orçamental das Administrações Públicas (AP) agravou-se em 2.358 milhões de euros no primeiro trimestre face ao mesmo período do ano passado, registando no final de março um défice de 2.255 milhões, segundo as Finanças.
“O défice das Administrações Públicas em contabilidade pública atingiu 2.255 ME [milhões de euros] em resultado da terceira vaga da pandemia. Esta evolução traduziu-se num agravamento de 2.358 ME face ao período homólogo explicado pelo impacto do confinamento e das medidas de resposta à pandemia”, pode ler-se num comunicado do Ministério das Finanças hoje divulgado.
O documento, que antecipa a síntese da execução orçamental a ser divulgada hoje pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), indica que “a degradação do défice resultou do efeito conjunto da contração da receita (-6%) aliado ao crescimento significativo da despesa primária (+6,5%)”, devido aos impactos da redução da receita fiscal e contributiva e medidas de apoio a famílias e empresas.
O gabinete de João Leão explica que a receita do Estado registou uma quebra, uma vez que se pagaram menos impostos por conta da pandemia. Destaca-se a forte redução de 11,7% do IVA e a redução de 0,6% nas contribuições para a Segurança Social.
Por outro lado, a despesa cresceu com as medidas de apoio às famílias e empresas. A despesa pública disparou mais de 2 mil milhões de euros no primeiro trimestre. Os encargos com as medidas extraordinárias de combate à covid-19 chegaram aos 2.058 milhões de euros no primeiro trimestre, 932 milhões dos quais em março, explica a TSF.
Nos dois primeiros meses do ano, o défice tinha sido de 1.153 milhões de euros. Em março, agravou praticamente para o dobro, escreve o Expresso.
Daniel Costa, ZAP // Lusa