Pais estão a pagar taxas para comprarem as refeições escolares dos filhos

Manuel de Almeida / Lusa

A pandemia de covid-19 está a levar cada vez mais pais a carregarem os cartões dos filhos que servem para comprar as refeições ou materiais escolares, por via digital, mas o processo implica taxas acrescidas, o que está a motivar queixas.

A Confederação Nacional Independente de Pais (CNIPE) revela ao Jornal de Notícias (JN) que lhe têm chegado queixas de vários encarregados de educação que não entendem a cobrança destas taxas quando as escolas estão a apelar aos pais para usarem, preferencialmente, a via digital para carregarem os cartões dos filhos.

As taxas cobradas por cada carregamento vão de 3,5% até 5%, podendo custar entre 37 a 75 cêntimos, conforme destaca o JN.

As empresas que gerem o sistema utilizado pelas escolas justificam as taxas com valores cobrados pela SIBS que gere a rede Multibanco, devido ao uso da sua tecnologia, notando que o remanescente do valor é para pagar os custos da operação.

A empresa Microio que gere o sistema usado em 50% das escolas do Continente assume ao jornal que os carregamentos digitais aumentaram “significativamente” devido à pandemia. Deste modo, nota que está “a negociar com a SIBS para reduzir a taxa que é cobrada”.

Quem poderia assumir este custo? As escolas? Também não poderia ser. Os sistemas visam facilitar a vida aos pais, mas essa facilidade tem custos e, infelizmente, repercute-se no consumidor final”, aponta ao JN o presidente da CNIPE, Rui Martins.

Já o Ministério da Educação lembra que os pais podem evitar o pagamento destas taxas levando os filhos a carregarem os cartões com dinheiro directamente nas papelarias ou nos Gabinetes de Apoio ao Aluno das escolas.

Muitas escolas têm, também, máquinas que permitem efectuar o carregamento dos cartões sem custos, mas que costumam ser propícias à aglomeração de estudantes em longas filas.

ZAP //

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