O objetivo da construção era impedir atividade sexual, vandalismo e dormidas nas casas de banho públicas. O projeto ia recorrer às tecnologias de piso sensível ao peso, jatos de água, sensores anti-movimento e alarmes.
O conselho da cidade disse que as características do design foram submetidas “em erro” e que o caderno de encargos inicial das “casas de banho robô” no Parque Griffin, em Porthcawl, foi mal interpretado pelo público.
Os pisos sensíveis ao peso mencionados no caderno de encargos garantiam que só uma pessoa pudesse entrar na casa de banho para proteger o local contra “atividades sexuais impróprias e vandalismo”.
Qualquer comportamento do tipo faria com que os sensores de movimentos violentos abrisse automaticamente as portas, avança o The Guardian. Depois, os alarmes eram acionados e os jatos de água encharcariam o interior.
O projeto de design submetido ao conselho municipal de Bridgend propunha equipamento de sonda para prevenir que as pessoas fumem e usem drogas e paredes e pisos resistentes ao grafite. Também definia um tempo de uso limite e avisos sonoros combinados com luzes e aquecimento desligados, para impedir dormidas de sem-abrigos.
De acordo com a WalesOnline, o conselho municipal de Porthcawl ia gastar 170 mil libras esterlinas para as casas de banho futuristas em Griffin Park. Os utilizadores teriam que pagar para usufruir das casas de banho, mas a cobrança ainda não foi decidida.
As tecnologias apresentadas suscitaram dúvidas entre a população e surgiram várias críticas aos métodos avançados pela cidade.
Uma das questões levantadas foi o limite de peso para os pisos sensíveis, já que podia humilhar futuros utilizadores das instalações. A forma como indivíduos incapacitados e crianças poderiam ser acompanhadas também foi questionada, pois o piso ia acusar mais do que uma pessoa.
Uma pessoa perguntou se alguém tivesse uma convulsão na casa de banho ainda acabaria encharcado, enquanto outras se mostraram assustadas por utilizar as instalações, conta a CNN.
Segundo o The Guardian, o conselho da cidade de Porthcawl explicou entretanto que os planos foram mal entendidos e que as casas de banho vão ter “construção tradicional: limpas, com manutenção e que cumpram os requisitos de plano e saúde pública”.
Em comunicado, o conselho disse estar ciente de que “vários recursos de segurança foram listados na declaração de design como parte do plano de aplicação; infelizmente, o entusiasmo e as intenções do conselho da cidade foram mal interpretados“.
O conselho acrescentou que está comprometido a fornecer novas casas de banho que sejam de qualidade e de construção tradicional e revelou que as tecnologias listadas no caderno de encargos não vão ser incluídas na construção.
“O conselho nunca teve intenção de instalar qualquer sensor de movimento, nenhuma entrada de tempo restrito, não vão existir jatos de água, portas de abertura automática e nenhum piso sensível ao peso como o que está descrito”, disse.
Acrescentou ainda que vão ser feitas as devidas correções ao caderno de encargos e, se necessário, submeterá nova candidatura na assembleia municipal de Bridgend.
A responsabilidade das casas de banho públicas foi transferida do conselho do condado para o conselho da cidade. As instalações existentes devem fechar em outubro e prevê-se que as novas estejam concluídas até à primavera de 2020. Durante a construção vão ser colocadas casas de banho temporárias nas proximidades.
Uma vez que lhes querem sonegar a possibilidade de dormirem sob um teto poderiam, isso sim, gastar em acomodações para os sem abrigo.