Página “Jovem Conservador de Direita” foi eliminada do Facebook

JCdeDireita / Twitter

Página do Jovem Conservador de Direita foi eliminada do Facebook.

A página satírica “Jovem Conservador de Direita” foi banida do Facebook, esta semana, por ter sido reportada como “incitadora de um discurso de ódio”.

A página do “Jovem Conservador de Direita” (JCD) viu a sua página ser apagada definitivamente da rede social Facebook, acusada de “incentivar o ódio”.

Criada por Sérgio Duarte, Frederico Saragoça e Bruno Henriques, a página contava com mais de 54 mil seguidores. Ao Jornal de Notícias, um dos responsáveis explica que fizeram “um post de elogio fúnebre ao engenheiro Belmiro de Azevedo e, pouco tempo depois, recebemos uma série de denúncias”.

A publicação foi eliminada da conta, mas os administradores, pouco tempo depois, fizeram um recurso à rede social. O post voltou a ser colocado no feed, tendo sido novamente apagado mais tarde.

“Finalmente, recebemos uma resposta, em que o Facebook justifica o apagão por se tratar de uma página que usa um tipo de discurso que incentiva o ódio. Sendo esta uma página satírica, que pauta pela ironia, olhamos para esta resposta com uma boa dose de humor”, diz um dos criadores da página ao jornal.

O anúncio foi feito no Facebook pessoal de Frederico Saragoça. Na publicação, o humorista tece duras críticas ao sistema de moderação da rede social.

“É tremendamente injusto e grave o que se está a passar. Pensem apenas que a vossa liberdade de expressão nesta plataforma está dependente de um algoritmo cego que não analisa devidamente as situações denunciadas e permite que haja censura”.

Apesar da suspensão definitiva, a página do “Jovem Conservador de Direita” garante que irá continuar o seu trabalho mas, desta vez, em espaços onde lhe seja garantida uma maior liberdade.

“Foi uma vitória da censura e de um grupo de grunhos que conseguiram acabar com quase três anos de trabalho criativo pro bono. Durante esse tempo, escrevemos apenas por prazer e porque queríamos fazer um tipo de humor em Portugal diferente do que existia”, escreve um dos responsáveis.

A página nasceu em 2015, no período das eleições legislativas, no qual surgiu, depois da vitória do PSD, a chamada “Geringonça”. “A nossa página é inspirada no estereótipo de um jotinha que consegue ascender dentro de um partido de direita com mérito, mas com uma boa dose de compadrio“, explica.

O “Jovem Conservador de Direita” é, então, uma personagem fictícia candidata à liderança do PSD, com a promessa de anexar a este o CDS/PP. O sucesso no Facebook resultou num livro intitulado “A Era do Doutor”.

No futuro, os administradores da página vão continuar o seu trabalho no Twitter. “Já temos o Twitter e quem sabe criaremos um Google Docs para os nossos textos”, conclui um dos responsáveis.

“Jovem Conservador de Direita” de volta ao ativo

Depois de ter sido eliminada do Facebook por denúncias de ódio, a página do “Jovem Conservador de Direita” voltou a estar ativa no final da tarde desta quinta-feira. No entanto, sem quaisquer atualizações, já que os administradores continuavam bloqueados na rede social.

Ontem, ainda incapazes de utilizar o Facebook, os responsáveis pela página usaram o Twitter para comentar o sucedido. “Eu e os meus estagiários continuamos bloqueados. Parabéns”, escreveram.

Na manhã desta sexta-feira, os administradores e criadores do “Jovem Conservador de Direita” fizeram uma publicação, desta vez no Facebook, na qual garantem que o sucedido “não foi um golpe de marketing orquestrado para que se fale na página ou para que se venda o que quer que seja”.

“Se esta ‘polémica’ servir para alguma coisa, que sirva para apontar este problema das redes sociais. A democracia também se faz aqui e, como se viu no exemplo dos EUA, pode mesmo influenciar eleições (isto foi uma analogia, não uma comparação)”, lê-se na mesma publicação.

Asseguram a continuação do “Jovem Conservador de Direita”, “mas não aqui”. Os três administradores acusam a rede social de não ser fiável e admitem que daqui para a frente servirá apenas de portefólio, afirmando, porém, que “até isso é arriscado porque é permitido fazer scroll down e denunciar textos antigos”.

ZAP //

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