Padre suspeito de abusos sexuais foi detido por posse de arma proibida

O padre Albino Meireles, suspenso de funções pelo arcebispo de Braga após ter sido identificado na lista da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica, foi detido na sexta-feira por posse de arma proibida.

Segundo o Jornal de Notícias, o padre de Serzedo e Calvos, em Guimarães, foi alvo de buscas domiciliárias, feitas no âmbito da investigação dos abusos sexuais. De acordo com o Correio da Manhã, foi encontrada uma arma em casa da mãe do padre, em Lousada. Este foi detido e constituído arguido, sendo depois libertado.

O padre tinha duas paróquias a seu cargo e foi afastado a 09 de março. A denúncia sobre os alegados abusos sexuais chegou à Polícia Judiciária e, 2022, depois de ter sido enviada para D. José Cordeiro, arcebispo de Braga.

Há cerca de três semanas, como lembrou o Observador, D. José Cordeiro publicou uma carta em que reconheceu os erros e encobrimentos da Igreja, recusando, no entanto, que exista uma “conspiração silenciosa”.

O arcebispo referiu-se ao relatório da Comissão Independente, reconhecendo que no passado a Igreja desvalorizou, encobriu, silenciou e não tratou como prioridade casos de abusos, “arrastando consigo erros, omissões e negligências”.

Na carta, o arcebispo salientou ainda a importância de “abrir caminhos de reconciliação e de acompanhamento terapêutico” para os abusadores. Na sua opinião, mesmo afastando um padre suspeito, a Igreja “não o pode abandonar”, porque “a redenção é sempre possível” e “só o amor converte”.

“Como discípulos de Cristo, acreditamos que uma pessoa se pode abrir à graça do perdão e deixar-se transformar, mudando de vida e de atividade, deixando-se ajudar e acompanhar, porque apesar de ninguém estar irremediavelmente perdido, ninguém se salva sozinho”, defendeu igualmente o arcebispo na carta.

ZAP //

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