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As ovelhas conseguem reconhecer e distinguir rostos humanos

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Cientistas da Universidade de Cambridge descobriram que as ovelhas têm uma capacidade muito desenvolvida para reconhecer rostos humanos e até podem ser treinadas para reconhecer celebridades.

Não era desconhecido que as ovelhas conseguiam reconhecer as caras de quem as trata. No entanto, um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, vai mais longe e mostra que mostra que esta capacidade é comparável à dos macacos e dos humanos, podendo estes animais ser treinados para reconhecer outros rostos.

A equipa de cientistas, liderada pela investigadora Jennifer Morton, conseguiu treinar oito ovelhas para reconhecerem a cara de quatro celebridades.

A jornalista Fiona Bruce, os atores Jake Gyllenhaal e Emma Watson e o ex-presidente dos EUA, Barack Obama foram as caras escolhidas. “Escolhemos essas pessoas porque havia muitas imagens delas disponíveis on-line, de frente e em diferentes ângulos”, explicou Jennifer Morton à AFP.

“Também as escolhemos porque tínhamos a certeza de que as nossas ovelhas nunca tinham conhecido pessoalmente nenhuma destas personalidades”, explicou, em tom de brincadeira, a investigadora.

Inicialmente, sempre que as ovelhas escolhiam um painel com a cara de um figura pública, em vez de um painel sem qualquer imagem, era-lhes dada uma recompensa alimentar.

Depois, a cada animal eram mostrados dois rostos, sendo um deles o da figura pública. Se escolhessem, aproximando-se, a imagem correta, recebiam também uma recompensa. Mais tarde, mesmo sem recompensa, acertaram na figura conhecida 80% das vezes.

Sem qualquer treino prévio, as ovelhas mostraram ainda ser capazes de reconhecer a cara de qualquer pessoa que passasse com elas mais do que duas horas, com a particularidade de observarem duas vezes a imagem do rosto não familiar antes de se decidirem pelo familiar.

E se, inicialmente, a fotografia mostrava os sujeitos de frente, numa outra fase o desafio era ver se as ovelhas reconheciam o mesmo rosto mas de outro ângulo. Como era de esperar, a taxa de sucesso caiu, mas apenas 15 por cento.

O estudo, publicado no jornal Royal Society: Open Science, faz parte de uma investigação mais alargada sobre as capacidades cognitivas das ovelhas, cujo tamanho do cérebro e longevidade as torna num bom modelo para estudar doenças neurodegenerativas.

Entre estas, inclui-se a doença de Huntington, que afeta a coordenação motora, o humor, a personalidade e a memória, além de outros sintomas como a dificuldade de reconhecer expressões faciais de emoção. A doença é incurável, leva frequentemente à morte prematura, e provoca dificuldades de discurso, deglutição e locomoção.

ZAP //

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