Um novo estudo descobriu que, ao contrário do que se podia pensar, as ovelhas preferem acasalar com machos que estão mais abaixo na hierarquia.
Atualmente, a vida sexual da maioria das ovelhas é controlada pela indústria pecuária. No entanto, nos casos em que isso não acontece, as fêmeas acasalam com vários parceiros durante o período fértil, e muito mais frequentemente com os carneiros dominantes.
De acordo com o site IFLScience, uma equipa de cientistas tentou perceber o que fariam as ovelhas se fossem livres para fazer as suas próprias escolhas. Para isso, os investigadores amarraram carneiros dominantes e subordinados em extremidades opostas de um campo.
Os animais tinham corda suficiente para não impedir o acasalamento com as fêmeas que se aproximavam deles, mas não o suficiente para afirmar a sua influência sobre todo o campo.
De seguida, os cientistas induziram o ciclo estral em 28 ovelhas, usando esponjas impregnadas de progestagénio, e soltaram-nas no campo, sete de cada vez, dando-lhes a liberdade de passar o seu tempo como bem entendessem.
Segundo o mesmo site, as ovelhas em questão preferiram sempre os carneiros subordinados e um quarto delas evitava deixar o macho dominante acasalar-se inteiramente com elas.
Estudos anteriores tinham produzido resultados totalmente opostos, embora estes tivessem sido feitos com carneiros que não estavam presos, ou seja, o que levanta a possibilidade de terem coagido as fêmeas.
Se a dominância for hereditária, ter crias do macho dominante deverá ser a forma mais eficaz de garantir netos fora das raras circunstâncias do estudo. Isso, no entanto, ignora a importância da saúde do rebanho.
Se as ovelhas desenvolveram uma preferência por carneiros subordinados, de forma a que acasalem com eles quando surja a oportunidade, isso deverá aumentar a diversidade genética do rebanho e, portanto, a sobrevivência de todos, explica o IFLScience.
Os machos subordinados também têm menos probabilidade de esgotar o seu esperma, tal como acontece quase sempre com os machos dominantes, o que poderá torná-los um melhor partido quando se trata de reproduzir.
O estudo foi publicado, a 23 de março, na revista científica Applied Animal Behavioral Science.
São Ovelhas militantes Me Too !