Os BRICS, cada vez mais reforçados, acumulam ouro a níveis recorde. Será demasiado tarde para os países ocidentais?
Numa mudança notável nas finanças globais, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a sua coligação recentemente alargada estão a acumular ouro cada vez mais rapidamente.
Entretanto, os bancos e os investidores ocidentais estão a ficar para trás, avança o The Jerusalem Post. Especialistas avisam: o reconhecimento tardio do valor duradouro do ouro pode chegar tarde.
BRICS+ cada vez mais reforçado
De 22 a 24 de outubro, o Presidente russo Vladimir Putin acolhe a cimeira inaugural do BRICS+ em Kazan, onde vai dar as boas-vindas aos novos membros Egito, Etiópia, Irão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Com a expansão, o BRICS+ representa agora mais de 40% da população mundial, e o seu bloco económico posiciona-se com o objetivo de desafiar o sistema financeiro dominado pelo Ocidente.
O ouro é fundamental para a estratégia do BRICS+. Serve de proteção contra a inflação e de meio de diversificação das suas reservas. A coligação está a esforçar-se por remodelar o comércio e as finanças mundiais, centrando-se na redução da influência ocidental e na construção de estruturas financeiras paralelas.
Espera-se que a cimeira de Kazan esclareça os próximos passos do bloco, nomeadamente no que se refere à integração do ouro no futuro da governação económica mundial.
No entanto, surgiram divisões internas, nomeadamente na Índia.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, afirmou recentemente que a Índia não tenciona visar o dólar americano, distanciando-se da retórica de desdolarização defendida pela China e pela Rússia.
“Pistola de água a disparar para um incêndio”?
Enquanto os países do BRICS têm vindo a armazenar ouro há anos, os investidores ocidentais só recentemente reconheceram a sua verdadeira importância.
Com as taxas de inflação nos EUA e na Europa a atingirem níveis nunca vistos em décadas, tem havido um aumento notável nos investimentos relacionados com o ouro, particularmente através de fundos negociados em bolsa (ETFs).
No entanto, os especialistas financeiros alertam para o facto de a súbita corrida do Ocidente ao ouro poder ser demasiado tardia para acompanhar as enormes reservas dos BRICS. Embora haja uma crescente positividade em relação ao ouro, muitos investidores lamentam não o deter em maior quantidade.
Os recentes fluxos de entrada em ETFs de ouro no Ocidente são, segundo especialistas citados pelo Jerusalem Post, insignificantes em comparação com as reservas já acumuladas pelos países BRICS. A reação tardia leva-os a descrever os esforços do Ocidente como uma “pistola de água a disparar para um incêndio” em comparação com a fortaleza de ouro dos BRICS.
Oriente drena cofres ocidentais
Uma transferência silenciosa — mas significativa — de ouro físico dos cofres ocidentais para os orientais estará atualmente em curso, algo que os analistas descrevem como uma mudança de riqueza sem precedentes.
A China e a Índia, em particular, estão a adquirir ouro físico a taxas recorde, o que demonstra uma diminuição da confiança no sistema financeiro ocidental.
À medida que as nações BRICS continuam a acumular ouro e a desafiar o domínio do dólar, muitos questionam se está a surgir uma nova ordem financeira global.
Esta terça-feira, a antiga presidente do Brasil e diretora do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, considerou que o bloco de economias emergentes BRICS já ultrapassou o G7, se o seu PIB for tomado como parâmetro de medida.
A destruição do “Ocidente” é uma boa notícia para Portugal e os Portugueses, a Europa e os Europeus.
Pela lista de paises, parece ser condição essencial serem regimes autoritários para aderir. A unica exceção parece ser o Brasil.