“Com Otávio e Otamendi a rebolar para os dois lados, fica difícil arbitrar”

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Estela Silva / LUSA

Galeno e Otamendi no Benfica-FC Porto, Supertaça 2023

Pedro Henriques responsabiliza árbitros e jogadores por jogos como o recente Benfica-FC Porto.

O Benfica-FC Porto, na Supertaça deste ano, foi um jogo pouco interessante a nível futebolístico.

O Benfica ficou com o troféu ao vencer por 2-0 mas, por exemplo, o FC Porto só rematou duas vezes na direcção da baliza.

Muitas paragens, muita tensão, quase 40 faltas, 14 cartões mostrados, incluindo dois vermelhos (Pepe e Sérgio Conceição).

Os árbitros portugueses continuam a contribuir para esta tendência, segundo Pedro Henriques: “Apitam a tudo, a qualquer coisa que mexe; não privilegiam o contacto físico e começam a sacar cartões amarelos a torto e a direito, errando em alguns deles”.

“Eu prefiro que errem não mostrando cartões amarelos. Mesmo que depois sejam criticados por isso. Mas o que fazem é exactamente o contrário”, descreveu o antigo árbitro na rádio Observador.

No entanto, há o outro lado da história: “Mas também é difícil arbitrares quando tens, por exemplo, o Ristic a fazer uma falta normalíssima sobre o Otávio e o Otávio começa a enrolar duas vezes para a esquerda, duas vezes para a direita, como se tivesse sido atropelado. Obviamente o árbitro foi completamente enganado e mostrou cartão amarelo ao Ristic”.

Do lado do Benfica, aconteceu o mesmo, ainda na primeira parte: “Passado um quarto de hora, é o Otamendi que chuta a bola e ele próprio vai embater contra o Namaso – e o que o árbitro faz? Mostra amarelo ao Namaso, que não teve culpa nenhuma. Mas porquê? Porque o Otamendi, não só fez aquilo tão bem feito, como rebolou também duas vezes para a direita, duas vezes para a esquerda“.

Assim, fica mais difícil para árbitros que já não têm “grande confiança e apitam a tudo, às faltas todas”.

Sobre o caso de Sérgio Conceição, que recusou sair depois de ser expulso, o agora comentador lembra que o treinador do FC Porto já foi expulso 24 vezes. Sempre em Portugal: “Todas as expulsões foram no nosso burgo porque lá fora ele não se comporta assim, obviamente“.

O regulamento, explicou Pedro Henriques, diz que o árbitro deveria pedir aos outros elementos do banco para resolverem a situação, e não ao capitão. A polícia não pode intervir. Se a situação não fica resolvida, o jogo acaba mais cedo.

E isto tudo num jogo em que Sérgio Conceição só esteve no banco de suplentes por causa de um recurso e de uma providência cautelar apresentados pelo FC Porto: “Não há respeito em Portugal. É uma brincadeira, os clubes resolvem os seus problemas no imediato”.

Em relação ao jogo, o comentador acha que Roger Schmidt “errou claramente” no 11 titular do Benfica que escolheu: Colocar Jurásek e Musa ao intervalo fez a diferença. “No futebol português ganha-se o jogo com pontas-de-lança em campo. Ponto”.

O FC Porto sem reforços a jogar de início e, sem Uribe, é um FC Porto visivelmente “mais fraco”.

ZAP //

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3 Comments

  1. A arbitragem tem de pensar bem no que anda a fazer. Não há árbitros de qualidade. Penso que se deveria criar a regra de jogo grande, árbitro estrangeiro. A nossa arbitragem é um lodaçal total.

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