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Ossos partidos. O grafeno pode ser a maior promessa da medicina ortopédica

Ossos partidos são uma das piores lembranças da infância – primeiro o acidente, seguido dos meses aborrecidos de descanso e de recuperação. No entanto, as crianças do futuro podem ter uma história diferente para contar, graças ao grafeno.

Nanomateriais de carbono podem ter o poder de curar ossos mais rápido do que magia. Investigadores da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, testaram uma nova formulação de grafeno que, além de ser biodegradável, mimetiza os ossos, atrai células estaminais e melhora a forma como os animais reparam danos nos seus esqueletos.

Segundo o estudo, publicado recentemente na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), este grafeno de fosfato permite que as próprias células do corpo reconstruam mais rapidamente um osso partido ou danificado. Os cientistas acreditam que esta tecnologia, ainda na fase inicial, pode tornar-se numa parte vital da medicina ortopédica.

O grande “segredo” da medicina ortopédica tradicional sempre foi imobilizar os ossos, permitindo que o corpo os restaurasse com o tempo. A verdade é que esta tarefa é muito bem atribuída aos nossos ossos, uma vez que conseguem consertar até os danos mais sérios.

As técnicas modernas de fisioterapia incluem exercício físico, dieta equilibrada e descanso. As lesões verdadeiramente traumáticas podem exigir cirurgias, que exigem, por sua vez, tempos de recuperação mais elevados, mais fisioterapia e muita dor. Neste âmbito, os cientistas afirmam que há espaço para melhorar, nomeadamente, o tratamento destes casos mais dramáticos.

Stefanie A. Sydlik, da Universidade Carnegie Mellon e líder da equipa, apresenta uma abordagem moderna da ortopedia neste estudo recente: entrar no corpo para maximizar a recuperação interna.

Segundo o SingularityHub, quando o grafeno é colocado sobre e à volta do tecido ósseo partido, serve como uma estrutura para as células ósseas se ligarem e crescerem – como se fosse hera a “escalar” um muro. No entanto, ao contrário do muro, o grafeno vai desaparecendo à medida que as células ósseas crescem no seu lugar.

Apesar de esta abordagem não ser propriamente nova, este novo estudo mostra melhorias no design, formulação e produção do grafeno de fosfato.

Este “andaime” de grafeno é altamente personalizável, uma vez que permite atrair os iões de cálcio corretos e programar outras propriedades físicas, resultando num material que imita os ossos reais do corpo humano o máximo possível.

Há muitas tecnologias capazes de fazer o mesmo trabalho que o grafeno, mas nenhuma tão perto de alcançar o público. E é quando o grafeno se tornar uma parte acessível dos cuidados de saúde, que o seu real potencial irá chegar, adianta o SingularityHub.

O grafeno é apenas um conjunto de átomos de carbono dispostos mediante um padrão, mas o seu potencial de variar a composição molecular é quase infinito. À medida que os investigadores continuam a desenvolvê-lo, o grafeno de fosfato pode ser ainda mais personalizado e otimizado com uma ampla gama de propriedades físicas e químicas.

ZAP //

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