Os wormholes que atravessam o tempo e o espaço podem realmente existir

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Os wormholes são presença assídua no universo da ficção científica, com as personagens a viajarem grandes distâncias pelo tempo e pelo espaço. No entanto, este fenómeno pode ser mais real do que acreditávamos.

De acordo com os cientistas, estes “portais” podem ampliar a luz por um fator de 100.000 — o que é determinante para os encontrarmos no espaço.

Albert Einstein previu a sua existência há mais de um século na teoria da relatividade.

Recentemente, uma equipa de investigadores chineses descobriu um fenómeno chamado “lente gravitacional”, através do qual conseguiremos detetar os wormholes.

De acordo com os mesmos especialistas, as lentes gravitacionais ocorrem quando as galáxias envolvem o tecido do espaço, criando uma lupa natural que impulsiona gradualmente a luz de objetos de fundo distantes.

Com as condições corretas, seria possível usar, pelo menos de forma teórica, os wormholes para encurtar as distâncias interestelares  de milhões de anos para horas ou até minutos.

“Investigamos sistematicamente o efeito de microlenteamento de um wormhole esférico simétrico carregado, onde a fonte de luz está afastada da garganta”, explica Mian Zhu da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kon e autor do estudo publicado na revista Physical Review D.

De acordo com os especialistas, estes se incendiariam nos dois lados do “metropolitano cósmico“.

“O resultado numérico mostra que o intervalo de ampliação total é de 105 a 10-2
dependendo de várias métricas“, explica a equipa. “A nossa investigação teórica poderia lançar novos dados sobre a exploração do wormhole com o efeito de microlenteação”. Neste âmbito, os wormholes poderiam até funcionar como verdadeiras máquinas do tempo.

De acordo com os autores do estudo, os viajantes poderiam emergir de uma extremidade mais cedo do que quando entraram do outro lado.

A utilização de uma lente gravitacional funcionaria como a observação de galáxias ao microscópio. A luz é esticada devido ao campo gravitacional do objeto cósmico à sua frente, descreve a equipa de Zhu. De facto, os wormholes podem ser das lentes mais poderosas que atualmente estão ao dispor dos cientistas.

A técnica já é utilizada para sondar alguns dos maiores mistérios do universo, como a matéria negra e os pontos mais finos da relatividade geral. Zhu e a sua equipa calcularam que um wormhole com uma carga elétrica pode ampliar e deformar a luz dos objetos atrás dele.

Distingui-los seria possível através de pequenas diferenças em relação aos buracos negros, aponta a equipa. A lente gravitacional divide e envolve a luz de tal forma que produz múltiplas imagens de um objeto.

No caso dos buracos negros, o processo pode resultar em qualquer número de cópias. Para wormholes carregados, contudo, os investigadores descobriram que só pode haver uma ou três imagens.

“Notavelmente, haverá no máximo três imagens, considerando a parte da carga. Estudamos todas as situações, incluindo três imagens, duas imagens, e uma imagem, respetivamente”, escrevem os cientistas.

“Se houver três, uma deve ser extremamente brilhante e as outras duas devem ser ligeiramente mais fracas“, notam os investigadores, de acordo com o SWNS. “Nestas imagens, a lente gravitacional pode ampliar um objeto até 100.000 vezes”.

ZAP //

2 Comments

  1. Srs jornalistas,
    Onde escrevem “O resultado numérico mostra que o intervalo de ampliação total é de 105 a 10-2
    dependendo de várias métricas”, há algo errado.
    Penso que deverá ser: “O resultado numérico mostra que o intervalo de ampliação total é de 10^5 a 10^(-2)
    dependendo de várias métricas”.
    Trata-se de potências com os expoentes 5 no primeiro caso e -2 no segundo.
    Só assim faz sentido.

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