Os polegares dos neandertais adaptaram-se a ferramentas com pega

Johannes Krause / Museum of the Krapina Neanderthals

Os polegares dos neandertais adaptaram-se para segurar melhor ferramentas com pega, da mesma forma como utilizamos atualmente um martelo, revela uma nova investigação da Universidade de Kent, no Reino Unido.

A mesma investigação sugere ainda que este ancestral humano desenvolveu amarras de precisão, onde os objetos eram mantidos entre a ponta do dedo e o polegar, mais complexas do que as amarras de força, onde os objetos são mantidos como um martelo, entre os dedos e a palma da mão com a força do polegar.

Recorrendo a análises 3D, a cientista da Universidade de Kent Ameline Bardo e a sua equipa mapearam as articulações entre os ossos responsáveis pelo movimento do polegar – o complexo trapézio-metacarpo – de cinco indivíduos Neandertal e compararam os resultados com medidas de vestígios mortais de cinco humanos modernos primitivos e 50 adultos modernos recentes, escreve a agência espanhola Europa Press.

A equipa encontrou uma co-variação na forma e orientação relativa das articulações do complexo trapézio-metacarpo que sugere diferentes movimentos repetitivos do polegar em neandertais comparativamente com os humanos modernos.

A junta da base do polegar dos vestígios neandertais é mais plana, com uma superfície de contacto menor, sendo mais adequada para um polegar estendido colocado encostado à mão. Esta posição do polegar sugere o uso regular de amarras de “aperto” ou força, como as que utilizados atualmente para segurar ferramentas de pega.

Em sentido oposto, estas superfícies articulares são geralmente maiores e mais curvas nos polegares humanos modernos, uma vantagem para segurar objetos entre as pontas dos dedos e polegar – a chamada amarra ou pega de precisão.

Embora a morfologia dos neandertais estudados fosse mais adequada para amarras de força, estes ainda seriam capazes de fazer posições manuais de precisão, escreveram ainda os cientistas na nova investigação, cujos resultados foram publicados recentemente na revista científica Scientific Reports.

ZAP //

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