Os elefantes têm mesmo medo de ratos?

A ideia de que os ratos assombram os pesadelos dos elefantes está presente há milhares de anos, mas será que a teoria se prende à verdade?

Imaginar o maior mamífero terrestre do mundo a fugir amedrontado de um pequeno roedor tem a sua graça, mas será que este mito tem algum fundamento científico?

Não se sabe ao certo onde ou quando surgiu a ideia mas Plínio, o Velho pode ter sido, em 77 a.C., o primeiro a expor o medo que os elefantes têm dos ratos. O autor romano afirmou que “o elefante odeia o rato acima de todas as criaturas”. Sendo Plínio um sábio popular, a piada pode ter sido popularizada nessa altura.

No entanto, civilizações ocidentais como Roma não faziam a mínima ideia do que era um elefante, como se pode concluir por alguns retratos medievais de elefantes.

À medida que a ideia se espalhava, houve quem tentasse desconstruí-la através do pensamento crítico. O físico irlandês Allen Moulin tentou fazê-lo no séc. XV.

Conhecendo a anatomia das bestas, Moulin concluiu que a única hipótese de os elefantes temerem os ratos seria a sua ausência de epiglote — cartilagem que protege a traqueia durante a deglutição.

Com medo que os ratos pudessem subir pelas suas trombas e sufocá-los, os elefantes poderiam, eventualmente, evitar cruzar caminho com os roedores.

No entanto, a sua teoria caiu por terra, uma vez que a ciência moderna já provou que os elefantes têm tal cartilagem. Aliás, muitas vezes é precisamente para ‘desentupir’ a tromba que o elefante ‘toca o trompete’, dando uso à epiglote.

Vídeo comprova a fobia?

Em 2006, um episódio da aclamada série Myth Busters (Os Caçadores de Mitos) mostrou em vídeo que, afinal, a teoria não é assim tão descabida.

Na experiência — em que um rato foi colocado estrategicamente no caminho de um elefante, escondido num monte de excrementos —, verificou-se que o elefante evitou propositadamente o rato.

Inicialmente, os condutores do estudo pensaram que o elefante foi apenas alertado pelo movimento dos excrementos, mas repetindo a experiência só com o bocado andante de estrume — e sem o rato—, o elefante não se desviou.

Cautela sim, medo não

Segundo o ZME Science, o estudo dos elefantes prova que estes mamíferos ficam nervosos quando se deparam com qualquer animal pequeno e ágil, não só os ratos. A má visão dos elefantes também afasta a eventualidade destes evitarem os ratos nas proximidades.

A ciência diz, para já, que estes animais apenas não gostam de movimentos bruscos e que é a sua natureza cautelosa — e não medo — típica de um mamífero que os afasta dos roedores.

ZAP //

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