Os daltónicos vão poder jogar Uno (e não só)

A Mattel, fundada em 1995, está a tornar os seus jogos de cartas coloridos, como o Uno, acessíveis a jogadores daltónicos.

A empresa de fabrico de brinquedos, que detém marcas como a Barbie, Hot Wheels e American Girl, anunciou que até ao final do ano, 80% dos seus jogos serão acessíveis a daltónicos. Até 2025, o número deverá atingir os 90%.

Segundo a Fast Company, as cartas do jogo vão ter símbolos para além das cores e números (quadrado para azul, círculo para vermelho, diamante para amarelo e triângulo para verde) para que os jogadores possam saber qual é a cor da carta sem verem a cor em si.

A acessibilidade nos jogos analógicos está a recuperar o atraso relativamente aos jogos de vídeo, que são obrigados por lei a serem concebidos de forma acessível.

“Na Mattel, temos orgulho de os nossos jogos continuarem a unir as pessoas, ultrapassando línguas e culturas. Esta iniciativa é mais um ponto de prova na nossa jornada de inclusão“, diz o vice-presidente da Mattel Ray Adler, em comunicado.

“O objetivo é tornar os produtos acessíveis a mais pessoas, para que todos os fãs se possam juntar e desfrutar de um jogo universal“.

Mattel

Uno acessível a daltónicos

A multinacional americana adaptou estas atualizações nos seus jogos em parceria com a ColorADD, empresa liderada pelo designer gráfico e professor da Universidade do Minho Miguel Neiva.

A ColorADD é uma linguagem única, universal, inclusiva e não discriminatória que permite ao daltónico identificar as cores, com utilização em empresas e entidades sempre que a cor seja um fator de identificação, orientação ou escolha.

Até agora a Mattel usava apenas tons clássicos para diferenciar as cartas ou os componentes dos jogos. Contudo, as novas mudanças permitem que todos sejam incluídos no jogo sem qualquer restrição. A empresa vai ainda atualizar o Dos, Phase 10, Ski-Bo e Ker Plunk até ao final do ano.

Cerca de 300 milhões de pessoas sofrem de algum tipo de daltonismo. O seu  futuro promete ser mais inclusivo.

Soraia Ferreira, ZAP //

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