Os curandeiros estão a deixar crianças surdas e cegas em Moçambique

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Há um número anormal de casos de deficiência visual e auditiva na província de Nampula, em Moçambique. Os tratamentos tradicionais/caseiro (recorrendo a curandeiros) e a falta de acompanhamento pré-natal são tidos como os principais responsáveis por este cenário.

A deficiência auditiva é aquela que tem maior prevalência na província moçambicana de Nampula, com 625 casos.

A conclusão é de um levantamento realizado em pessoas com deficiência naquela região do norte do país, divulgado esta sexta-feira.

Segundo o censo de 2023, realizado pela organização não-governamental (ONG) World Vision Moçambique as taxas de pessoas com deficiência visual também são elevadas, com 125 casos, 36 com deficiência física, 29 com deficiência intelectual e 24 com múltiplas deficiências.

O estudo da World Vision Moçambique indicou ainda que há mais casos de deficiência em pessoas do sexo feminino com 50,08%, no total dos 802 inquiridos, nos distritos de Murrupula, Monapo e Nacaroa.

A realização do estudo visa “ajudar esse grupo alvo no acesso à justiça e serviços públicos”, referiu a ONG.

“Ao implementar o projeto, especificamente na atividade de exames médicos, podemos constatar que a maior causa da deficiência visual está ligada aos tratamentos tradicionais, porque os pais quando notam qualquer tipo de dificuldade dos filhos recorrem aos curandeiros em detrimento de hospitais, alegando que os hospitais ficam distantes”, explicou à Lusa o responsável pelo projeto que realizou o levantamento, José Macarringue.

“A outra causa é a falta de acompanhamento pré-natal e as mulheres nas comunidades tendem a não dar acompanhamento às gravidezes, o que faz com que os bebés nasçam com certas deficiências”, acrescentou.

O estudo recomendou ainda ao Governo de Moçambique a promoção do ensino-aprendizagem nas línguas gestual e braile para as pessoas com de­ficiência auditiva e visual, assegurar o acesso e retenção de crianças com defi­ciência nas escolas, e a criação e implementação de políticas públicas de inclusão.

“O elevado número de pessoas com deficiência auditiva, em especial crianças e adultos, indica a necessidade da criação de turmas de cursos básico a avançado de língua [gestual] moçambicana, bem como a necessidade de existências de fóruns comunitários que apoiem as famílias a comunicar com crianças com deficiência auditiva” através de língua gestual, lê-se no documento, que também reconhece que a inclusão continua a ser um dos maiores desafios.

ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. Foram enganados, agora peçam a quem lhes fornecia armamento, Rússia e China, que lhes cuide da saúde e da qualidade de vida.

  2. E as injeções experimentais para a COVID?
    Muitas mortes repentinas e cancros são relatados desde as injeções experimentais para a COVID.

  3. Podes partilhar com a gente esses estudos? Já que tens informação que o resto da humanidade não tem acesso. Caso não saibas todos medicamentos e tratamentos foram um dia experimentais…. Logo não estou a ver onde queres chegar.

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