De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), os brinquedos produzem muito mais lixo do que os cigarros eletrónicos. Para combater tal cenário, estão a ser sugeridas melhorias nas infraestruturas de recolha e a implementação de um tratado para regular a reciclagem de lixo eletrónico a nível global.
A ONU, em colaboração com o Fórum de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (WEEE), concluiu que os brinquedos contribuem em grande escala para o desperdício eletrónico global – muito mais do que os cigarros eletrónicos.
O relatório, divulgado à margem do Dia Internacional do Lixo Eletrónico – este sábado -, revela que, dos 9 mil milhões kg de “lixo eletrónico invisível” gerados anualmente, 3,2 mil milhões (cerca de um terço) provêm de brinquedos eletrónicos.
Em contraste, os cigarros eletrónicos contribuem com “apenas” 42 milhões kg.
“O lixo eletrónico é o nosso fluxo de resíduos que cresce mais rapidamente,” disse o especialista Oliver Franklin-Wallis, citado pela New Scientist, acrescentando que é também o “fluxo de resíduos mais valioso” no que toca a resíduos domésticos.
O estudo visa aumentar a consciência sobre as fontes – em grande parte não reconhecidas – de lixo eletrónico.
“Estamos a tentar fazer com que as pessoas entendam que os brinquedos que talvez não suspeitem serem eletrónicos, na verdade, contêm muitos materiais preciosos, como cobre e terras raras,” afirmou Magdalena Charytanowicz no Fórum WEEE.
Surpreendentemente, apenas 17% do lixo eletrónico global é reciclado, embora a União Europeia (UE) se saia com uma taxa de reciclagem de cerca de 55%.
Franklin-Wallis alerta que o problema começa quando se ignora que os brinquedos são um grande contribuidor do lixo eletrónico é parte do problema. O especialista diz que as infraestruturas de recolha ainda são insuficientes.
Charytanowicz, por sua vez, considera que a implementação de um tratado da ONU para regular a reciclagem de lixo eletrónico – a nível global – poderia ser um bom início para a resolução do problema.
