A multinacional aeroespacial Airbus está a investigar uma nova forma de os aviões comerciais economizarem combustível: voar em formação como um bando de pássaros em migração.
De acordo com a CNN, a Airbus UpNext estudou as eficiências aerodinâmicas que surgem de voar em formação. A UpNext está a planear testar a ideia com dois jatos de passageiros como parte de um projeto de demonstração chamado “fello’fly”. Os primeiros testes, que vão envolver duas das aeronaves A350 da empresa, já começaram em março de 2020.
“É muito, muito diferente do que os militares chamariam de voo em formação”, disse Sandra Bour Schaeffer, CEO da Airbus UpNext, em declarações à CNN. “Não tem nada a ver com formação fechada.”
Ao voar perto um do outro, cada pássaro – ou avião – beneficia do rasto do alvo seguinte. A ponta das asas de cada pássaro cria um vórtice, que pode fornecer sustentação ao pássaro atrás dele.
Vórtices extremamente poderosos – especialmente gerados por uma grande aeronave – são conhecidos por virar aviões mais pequenos que encontraram o tornado horizontal de ar a fluir para trás. Evitar a turbulência do rasto faz parte do currículo de um piloto. “Os pilotos são treinados para não voar no vórtice de uma aeronave anterior”, disse o engenheiro de teste de voo Bour Schaeffer.
“[Os pilotos] estarão a 1 1/2 a 2 milhas náuticas de distância da aeronave líder, e ligeiramente deslocados, o que significa que estão do lado do vórtice”, explicou Schaeffer. “Já não é o vórtice, é a corrente suave de ar em rotação que está ao lado do vórtice, e usamos a corrente ascendente desse ar”.
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De acordo com Schaeffer, os A350 podem economizar entre 5% e 10% em combustível – o que é, segundo a CNN, um “número enorme”.
Apesar da economia de combustível, ter aviões a voar próximos unss do outros envolve pelo menos algum nível de risco. Antes de a técnica ser implementa, a equipa teria de convencer os provedores de serviços e agências de aviação do Governo a mudar os regulamentos para permitir que os aviões voassem em formação.