Uma equipa de investigadores descobriu a origem do glioblastoma, um tipo de cancro cerebral maligno. Os cientistas acreditam que pode ser o primeiro passo para encontrar um tratamento.
O glioblastoma é um tipo agressivo de cancro que pode aparecer no cérebro ou na espinal medula. Os sinais e sintomas iniciais são pouco específicos e podem incluir cefaleias, alterações de personalidade, náuseas e sintomas semelhantes aos de um acidente vascular cerebral.
Agora, uma equipa de investigadores da Universidade McGill, no Canadá, identificou a origem e um gene específico necessário para o crescimento do tumor no glioblastoma. Os investigadores encontraram mutações causadores de cancro num gene chamado PDGFRA, que impulsiona a divisão celular e o crescimento quando é ativado.
“Nós investigamos grandes conjuntos de dados públicos de pacientes, crianças e adultos, além daqueles que geramos a partir de amostras de pacientes em laboratório, e chegamos à mesma conclusão: o PDGFRA foi indevidamente ativado nestes tumores. Isto levou-nos a suspeitar que essa quinase desempenha um papel importante na formação do tumor”, disse Carol Chen, uma das coautoras do estudo, citada pelo Tech Explorist.
Os autores descobriram que este tumor cerebral maligno tem origem num tipo específico de célula estaminal neuronal. Os resultados foram publicados recentemente na revista científica Cell.
“Como estes tumores cerebrais retêm uma memória, ou pegada, da célula em que se originaram, poderíamos então apontar o tipo de célula mais semelhante para estes tumores, neste caso, progenitores neuronais inibitórios que surgem durante o desenvolvimento fetal ou após nascimento em estruturas específicas do cérebro em desenvolvimento”, explicou Claudia Kleinman, coautora principal do estudo.
A questão é que, normalmente, o PDGFRA não é ativado nesta população de células estaminais neuronais, cujo ADN tem uma estrutura única que permite que o gene seja ativado onde não deveria estar, levando a este tipo de cancro.
Existem medicamentos aprovados usados para ter como alvo o PDGFRA, que inibem a sua atividade para outros cancros pelos quais as mutações neste gene são responsáveis. Os autores realçam que isto oferece esperança na procura por um tratamento para o glioblastoma.