Órgãos foram congelados, descongelados e transplantados pela primeira vez

Rebecca Slater / University of Minnesota

Zonghu Ha, investigador da Universidade do Minnesota e primeiro autor do estudo

Uma equipa de investigadores da Universidade do Minnesota, nos Estado Unidos, conseguiu pela primeira vez congelar, descongelar e transplantar órgãos viáveis em ratinhos.

Num estudo pioneiro realizado na Universidade do Minnesota, cientistas conseguiram congelar, descongelar e transplantar um órgão pela primeira vez.

Embora tenha sido realizada apenas em ratos de laboratório, a equipa de investigadores que a nova técnica pode ser aplicada a humanos no futuro, aumentando significativamente a disponibilidade de órgãos para transplantes que salvam vidas.

A nova técnica foi apresentada num artigo publicado no início deste mês na revista Nature Communications,

O método tradicional de criopreservação, por vitrificação, implica a infusão do órgão com produtos químicos crioprotetores e o seu arrefecimento rápido para prevenir a formação de cristais de gelo.

No entanto, os problemas surgem quando se tenta trazer o órgão de volta à temperatura corporal.

Para superar esse obstáculo, os cientistas envolvidos no estudo cruaram um “processo de nano-aquecimento” que permite aumentar a temperatura do órgão de forma rápida e uniforme, a partir do seu interior.

O novo método envolve inundar os vasos sanguíneos do órgão com nanopartículas de óxido de ferro, que são então ativadas com ondas eletromagnéticas para aquecer uniformemente o órgão, de forma semelhante à função de um forno de micro-ondas com alimentos.

A equipa preservou criogenicamente rins de ratos durante períodos de  até 100 dias. Seguidamente, aqueceu os órgãos até à sua temperatura normal,  limpou os produtos químicos crioprotetores que continha, e transplantou-os de volta para os ratos vivos.

Um mês após a experiência, todos os ratos mostraram plena função renal, equivalente a um órgão saudável.

“Esta é a primeira vez que alguém apresenta um protocolo robusto para armazenamento de longo prazo, reaquecimento e transplante bem-sucedido de um órgão funcional preservado num animal”, explicou o  autor principal do estudo, John Bischof, numa nota publicada no site  da Universidade do Minnesota.

O transplante bem-sucedido marca um passo significativo à frente na tecnologia de preservação de órgãos, mas a equipa vai agora testar o método em rins de porcos.

Se o teste for bem-sucedido, a equipe acredita que este método poderia reduzir significativamente a taxa atual de desperdício de 20% dos rins doados todos os anos devido — cuja viabilidade de uso expira muitas vezes antes do transplante.

ZAP //

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