Aprovado (com contestação) ordenado de seis mil euros do bastonário dos Psicólogos

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Ducazo15 / Wikimedia

Francisco Miranda Rodrigues, Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses

O ordenado superior a seis mil euros do Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses foi aprovado com contestação de alguns membros que consideram o valor excessivo e lesivo da instituição.

A Assembleia de Representantes da Ordem dos Psicólogos Portugueses aprovou esta quinta-feira, por maioria, o ordenado mensal superior a seis mil euros do bastonário, com contestação de alguns membros que consideram o valor excessivo e lesivo da instituição.

“Este regulamento é lesivo para a Ordem e não reflete a realidade dos psicólogos portugueses, a maior parte precários e a ganharem o ordenado mínimo”, afirmou à Lusa Ana Conduto, membro da assembleia e voz dos contestatários.

O Regulamento Interno de Remunerações dos cargos Executivos Permanentes nos órgãos da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) acabou por ser aprovado por maioria numa assembleia composta por 50 membros e em que faltaram 20, com a direção a afirmar que apenas confirmou uma situação que ocorre há nove anos.

O próprio preâmbulo do regulamento refere que “a Assembleia Representativa aprovou por unanimidade em reunião de julho de 2010 a remuneração dos membros dos órgãos executivos, tendo a remuneração do bastonário sido fixada por referência à remuneração do presidente do Conselho de Reitores e Reitor”, ou seja 6.138,11 euros, “e a dos demais membros num máximo de 70% do valor da remuneração do bastonário”.

Estes são os termos do regulamento aprovado e que entra em vigor no dia seguinte à aprovação, esta sexta-feira, a que acrescem subsídios de férias e de Natal, pagamento de despesas e sem implicar exclusividade no exercício do cargo.

Além de considerar o valor das remunerações “altíssimo”, Ana Conduto defende que “tem de haver a definição do regime de exclusividade” na Ordem dos Psicólogos e “critérios para definir os ordenados dos restantes membros”, que também não têm regime de exclusividade.

O regulamento indica que “a remuneração dos membros da direção nacional é proposta pelo bastonário e aprovada pela direção” e que “tem o valor máximo de 70% do valor remuneratório auferido pelo bastonário”. Para Ana Conduto os valores destes ordenados “contrariam inclusive a recomendação do Conselho Fiscal para que a direção tome medidas para o equilíbrio financeiro das contas”.

A Ordem dos Psicólogos foi criada em 2008 e tem atualmente 21 mil membros, que pagam uma média mensal de 12 euros em quotas. A Lusa tentou falar com o bastonário, Francisco Miranda Rodrigues, que fez chegar a sua resposta através da assessoria e por escrito.

A direção da ordem afirma que “está a cumprir com o que defendeu e se comprometeu no período eleitoral, tendo sido ulteriormente eleita”. Refere que o regulamento “aprovado e solicitado pela própria Assembleia de Representantes da OPP, em nada altera a situação que já se verifica desde as primeiras eleições”.

O valor de 6.138 euros de ordenado do bastonário, ainda segundo o esclarecimento, ”não tem merecido qualquer tipo de atualização desde 2010, e apenas poderá ser modificado através de alteração do regulamento em sede de Assembleia de Representantes”.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. É difícil compreender este tipo de atitudes. Membros de uma ordem profissional que têm por missão pugnar por um exercício credível dos seus correlegionários, auferirem salários superiores aos praticados pelos orgãos de soberania e até por algumas das grandes empresas do país. Isto não tem qualquer crédito, é uma vergonha. Por isso é que muitos não acreditam nesta profissão.

  2. quem paga este ordenado soa os proprios psicologos que estao inscritos na ordem por isso desde que nao seja os mesmos a pagarem (contribuintes), ate podem dar-lhe o ordenado que quiserem.
    o problema é deles pois ficam a custear um bom ordenado

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