A moda de usar salmões mortos na cabeça está de volta nas orcas no Noroeste do Pacífico, quase 40 anos depois. Os cientistas acreditam que será uma forma de guardar comida para mais tarde.
As orcas do Noroeste do Pacífico ressuscitaram um comportamento peculiar conhecido como a tendência do “chapéu de salmão”, um fenómeno observado pela primeira vez na década de 1980.
No mês passado, cientistas e observadores de baleias relataram avistamentos de orcas em South Puget Sound e ao largo de Point No Point, no estado norte-americano de Washington, a nadar com peixes mortos empoleirados nas suas cabeças.
A tendência foi registada pela última vez no verão de 1987, quando uma orca fêmea desencadeou o comportamento que rapidamente se espalhou pelo seu grupo. A prática desvaneceu-se no verão seguinte. Os investigadores especulam que alguns dos atuais utilizadores de chapéus de salmão podem ser os mesmos indivíduos que participaram na tendência há quase 40 anos.
A motivação exacta por detrás deste comportamento peculiar continua a ser um mistério. Deborah Giles, uma investigadora de orcas da Universidade de Washington, admitiu: “Honestamente, o teu palpite é tão bom como o meu”.
As teorias sugerem que pode ser uma resposta à abundância de alimentos. Atualmente, o sul de Puget Sound é rico em salmão chum, o que levou os investigadores a colocar a hipótese de as orcas poderem estar a armazenar peixe para consumo posterior, equilibrando-o na cabeça.
As orcas já tinham sido observadas a armazenar alimentos de outras formas, como por exemplo, colocando pedaços maiores debaixo das barbatanas peitorais. No entanto, o salmão pode ser demasiado pequeno para este método, tornando a sua cabeça uma alternativa conveniente, explica o Live Science.
Os avanços nas ferramentas de investigação, como os drones, podem oferecer novos conhecimentos sobre o fenómeno. Estes dispositivos podem ajudar a detetar se as orcas acabam por consumir os peixes ou se os abandonam. Se esta última hipótese for observada, poderá pôr em causa a teoria do armazenamento de alimentos e levar os cientistas a explorar explicações alternativas.
Independentemente do seu objetivo, o regresso dos chapéus de salmão entusiasmou tanto os investigadores como os observadores de baleias. Giles expressou o seu entusiasmo, dizendo: “Já há algum tempo que não o via pessoalmente”. Por enquanto, o chapéu único das orcas continua a ser um enigma.