Um exame à retina dos olhos pode ajudar a distinguir os diagnósticos de autismo e de hiperatividade, que são muitas vezes confundidos.
Os cientistas ainda têm algumas dificuldades em fazer o diagnóstico de autismo e da Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA), que são frequentemente confundidos. Um novo estudo publicado na Frontiers of Neuroscience concluiu que existem bioindicadores que podem facilitar os diagnósticos com um teste aos olhos.
A PHDA é a mais comum entre as duas condições e afeta entre 5% e 8% das crianças, principalmente meninos, sendo caracterizada pela falta de atenção, a desorganização e a impulsividade. Já o autismo afeta cerca de 1% da população, sendo muito mais difícil de se diagnosticar devido à diversidade dos sintomas e da severidade dependendo da pessoa.
Apesar de serem distúrbios muito diferentes, alguns dos seus sintomas são iguais, o que leva a que por vezes haja diagnósticos errados. A nova pesquisa descobriu indicadores biológicos na retina dos olhos que podem ajudar nesta missão.
A equipa descobriu um sinal de eletrorretinograma (ERG) específico que pode ser usado para distinguir os casos de PHDA e de autismo de casos de controlo. O ERG é um diagnóstico estandardizado que é usado pelos oculistas desde os anos 40 para a identificação de distúrbios na retina, revela a New Atlas.
O estudo aplicou este teste a 55 indivíduos diagnosticados com autismo, 15 diagnosticados com PHDA e 156 outras pessoas que compõem o grupo de controlo, com idades entre os 3 e os 27 anos. Foram encontradas várias diferenças — as pessoas com autismo tinham níveis de energia ERG abaixo do grupo de controlo, enquanto que os pacientes com PHDA tinham níveis acima.
“Os sinais retinais são gerados por nervos específicos e se podermos identificar estas diferenças e localizar os caminhos específicos que usam sinais químicos diferentes que também são usados no cérebro, então podemos ver as diferenças distintas nas crianças com PHDA ou autismo ou potencialmente outras condições do neurodesenvolvimento”, remata o investigador Paul Constable.
Só um reparo:
“…por fezes haja diagnósticos errados.”
Cara leitora,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.